Colégio Rosacruz |
Manifesto Anunciando o Novo Ciclo
de Atividades da AMORC
Antes de seu falecimento, Thutmose III entronizou seu filho, Amenhotep II, co-regente do Reino. Sucederam-no Thutmose IV, Amenhotep III e Amenhotep IV, último Grande Mestre da estirpe do Fundador e com o qual estão familiarizados todos os Rosacruzes. Este Ilustre Hierofante nasceu em 24 de Novembro de 1378 a.C., e aos onze anos foi coroado Faraó. Sua filosofia e seus ensinamentos, presentes e pertinentes até hoje, continuam a ser ministrados e discutidos universalmente em todos os trabalhos realizados nas Lojas Rosacruzes e nos sancta privados. A proclamação de Amenhotep IV pelo Supremo Conselho como Mestre ocorreu em 9 de Abril de 1365 a.C., no Templo de Luxor, em presença de toda a família real e de sua futura esposa, Nefertiti.
Nefertiti |
Quão múltiplas são Tuas obras!
Estão ante o homem escondidas.
Oh! DEUS ÚNICO!
Em cujo lado não há nenhum.
Tu criaste a Terra
Segundo Teu Coração.
No bojo das reformas que encetou, desencorajou o culto aos deuses vigentes e tornou inócuas as obras que seu pai – Amenhotep III – havia feito erigir em Luxor e Karnak — ali construídas tão-só para apaziguar a casta sacerdotal. Também mudou seu nome – que significa Amon Está Satisfeito – para AKHNATON – a Glória de Aton. Abandonou Tebas e construiu novos edifícios e um templo em forma de Cruz em El Amarna (Akhetáton). A SAGRADA ANKH foi por ele introduzida, e todos os membros da Organização usavam-na simbolicamente.
Manuscrito Rosacruz do séc. XVIII, retratando o casamento alquímico |
Entusiasmado pelos temas espirituais, desinteressou-se(!?) dos seus afazeres administrativos, e não enfrentou politicamente, com a reclamada energia, o momento histórico que vivia seu País. Sua saúde deteriorou-se, vindo a falecer em 24 de julho de 1350 a.C., com vinte e oito anos incompletos. A forma e a repercussão de sua morte (transição) só é conhecida dos Iniciados dos altos graus das Fraternidades Autênticas.
O culto a Amon foi imediatamente restabelecido e a Fraternidade teve quase sempre que se ocultar até o primeiro quartel do século XX. O conhecimento só era transmitido após juramento solene e sagrado do postulante, e sua divulgação só era permitida no âmbito das Lojas. Entre esse lapso de tempo existiu, todavia, por exemplo, a Ordem do Templo.
A partir de então, cuidadosamente, a Ordem instalada por AKHNATON esparramou-se pelo mundo, e inspirou movimentos esotéricos com base nas Leis e nos Princípios formulados pela GRANDE LOJA BRANCA. Religiões também estiveram sob a supervisão direta dessa GRANDE LOJA. Esta afirmação pode causar surpresa e até uma controvérsia inconciliável. Todavia, se forem feitas as conexões corretas ao longo da história, e ao se estudarem aprofundadamente os diversos movimentos religiosos, observar-se-ão similitudes em todos eles, como se todos estivessem ancorados em origens e princípios básicos comuns. Algumas dessemelhanças, evidentemente, são de plano percebidas. Entretanto, no que concerne às doutrinas particulares, é necessário observar que as apócopes e as distorções doutrinárias sempre ocorreram, menos em benefício das respectivas confrarias, mais em proveito das classes dirigentes – quer religiosas, quer políticas – progressivamente privilegiando o poder temporal e a ânsia de poder e o furor de dominação, relegando para planos menos importantes a própria espiritualidade e os Princípios Iniciáticos. Também, por outro lado, a multiplicação de deuses criados à imagem e semelhança do homem e suas fantasias, progrediram e progridem apenas e tão-só aparentemente. Um pouco de reflexão dissipará o eventual mal-estar que estas afirmações possam estar causando. Não estamos mais na Idade Média. Precisamos refletir para poder acordar do sonho pisciano. Este é o porquê de, na noite do inexistente tempo, as religiões sempre acabarem por cair em obsolescência, definharem e serem atualizadas por novos movimentos. A ignorância humana, ainda que continuando ignorante, vai se tornando menos incompetente. O percurso do afloramento e do desabrochamento espiritual da Humanidade é extremamente lento, e sempre foi silentemente observado e acompanhado pela GRANDE LOJA BRANCA. Não há – nem poderá haver um dia – assim, uma última e definitiva religião. Ainda que possa contrariar o senso comum, a verdade é que, no tempo, a tendência será o completo desaparecimento das religiões na forma pela qual, hoje, estão hierárquica, autoritária e despoticamente organizadas. A Teociência acabará por prevalecer. E a construção consciente e concertada do MESTRE-DEUS INTERNO acabará por ser viabilizada por todos os seres. Isto, nem em sombra, significa ateísmo. Meu desejo: QUE AQUELES QUE SABEM E QUE PODEM POSSAM AUXILIAR A TODOS NÓS A VENCER AS ILUSÕES DO PLANO TERRA, PARA QUE O MERGULHO CONSCIENTE NO EU INTERIOR POSSA, PARA TODOS, SEM EXCEÇÃO, ACONTECER.
Convocação Rosacruz |
Rosacruz Mística |
Assim, de Tell-el-Amarna, e, posteriormente, de Tebas, de Heliópolis e de Alexandria foram difundidos para o mundo os ensinamentos Rosacruzes, e muitos pensadores da Antigüidade lá estiveram para sorver dessa fonte, para depois derramarem a Luz que receberam tal como a interpretavam. Um dos lemas capitais da Organização é: A MAIS AMPLA TOLERÂNCIA DENTRO DA MAIS ESTRITA INDEPENDÊNCIA. Esta sentença, talvez, explique (ou até justifique) em larga extensão, algumas (ou muitas) mudanças que são observadas nas distintas fases pelas quais, ascensionalmente, transita o pensamento de um autor, nomeadamente se estiver vinculado a uma fraternidade esotérica autêntica. Fora desse círculo específico, este fato também é francamente notado. Mas, no âmbito da iniciação – e exatamente por isso – as mudanças são mais acentuadas e podem, no 'tempo', até se tornarem inconciliáveis e contraditórias. Iniciação é sinônimo de mudança, isto é, aprendizado in corde. Mudança que se passa para além da noesis. Mudança que se reflete na própria vida do Iniciado. Fazendo justiça ao esforço de cada Iniciado para compreender o porquê da existência, pensa-se que não haja um efetivo compromisso com uma idéia em si. À medida que o ser avança em direção ao CENTRO DA LUZ, reformula conceitos anteriores. O Iniciado é um ?permanente. Há compromisso, sim, inabalável com a busca da LLUZ – que é filha do inexistente tempo – com a percepção parcelar e progressiva da inatingível VERDADE, com o autodesenvolvimento e com a solidariedade fraterna com todos os seres humanos, sejam membros de sua confraria, ou seres singulares não-Iniciados peregrinando nesta Terra, dando cumprimento as suas experiências individuais. A bem da verdade, o Iniciado está integralmente comprometido com todos Planos da Criação.
Por isso, todos, ao longo de suas vidas, publicaram ao menos um livro – uma obra fraterna e amorosa – contendo alguma parte da filosofia ou da ciência Rosacruzes ou de outra fraternidade autêntica qualquer. Muitas vezes, quando têm habilidade para isso, associam a pintura, a escultura, a música etc. à divulgação do saber místico que receberam e que compreenderam. Ainda que eu não concorde integralmente com o pensamento de Santo Tomás de Aquino, não posso deixar de reconhecer que foi um Iluminado.
Rosa de Sharon (Símbolos Secretos dos Rosacruzes dos Séculos XVI e XVII) |
E assim, velada ou publicamente, os ensinamentos sistematizados por AKHNATON e pela GRANDE LOJA BRANCA expandiram-se de Norte a Sul, do Oriente ao Ocidente. Vários pensadores deixaram gravados fragmentos da sabedoria hermética, para serem apreciados por aqueles que se interessam por esses temas. Tal foi o caso, por exemplo, de Platão, de Atenas, com Fédon, A República e Timeu; Plotino com as As Enéadas; Geber, de Haman, comO Perfeito Magistério; Avicena, de Bacara, com o Tratado de Alquimia; Alberto Magno, de Subia, com Segredo dos Segredos; Tomas de Aquino, com Tesouro da Alquimia; Rogério Bacon com o Livro das Seis Ciências; Arnaldo de Villeneuve, da Catalunha, com o Rosarium Philosophorum; João de Meng, da França, com Romans de la Rose; Ferrarius, da Itália, com o Tesouro da Filosofia; Nicolau Flamel, da França, com o seu Trésor de Philosophie; Basilio Valentim, de Maguncia, com o Currus Triumphalis Antimonii; Isaac, da Holanda, com a Opera Minerali; Bernardo Trevisano, de Pádua, com a sua Filosofia Natural dos Metais; Tomas Norton, de Briseto, com Ritual de Alquimia; Tomas Dalton, da Inglaterra, com Twelve Gates of Alchemy; Pico de Mirándola, com De Auro; Paracelso, da Suíça, com a sua KaBaLa dos Mundos Físico, Astral e Espiritual; Tomas Charnack, da Ilha de Thanet, com as suas obras Breviário de Filosofia e Enigmas de Alquimia; Simón Studion, de Würtemberg, com Naometria; Robert Fludd, de Kent, com o seu Tractatus Theologophilosophicus; Leonardo Fioravanti, da Itália, com o seu Sumário dos Arcanos de Medicina, Cirurgia e Alquimia; Michael Maier, da Alemanha, com Revelatan de Fraternitati Rosæ Crucis; Jacob Boheme, com os livros Verdadeiros Princípios e Mysterium Magnum; J. B. van Helmont, de Bois-le-Duc, com De Vita Eterna; Jean d’Espagnet, com Arcanum Philosophiæ Hermeticæ; Miguel Sendevougius, da Morávia, com a sua Nova Luz de Alquimia; Alberto Belin, de Besancow, com as Aventuras do Filósofo Desconhecido; Thomas Vaughan, do País de Gales, com Lumen de Lumine; Leibniz, com Eloges des Académiciens; John Heydon, da Inglaterra, Atlantis; Rosæ Crucian Infalible Axiomata; F. Jollivet Castelot, da França, La Rose Croix; Harvey Spencer Lewis, dos EEUU, com Autodomínio e o Destino com os Ciclos da Vida, A Vida Mística de Jesus e As Doutrinas Secretas de Jesus; Ralph Maxwell Lewis, dos EEUU, com Símbolos Antigos e Sagrados e O Santuário do Eu; Raymond Bernard, da França, com Mensagens do Sanctum Celestial e Novas Mensagens do Sanctum Celestial e Vicente Velado, com mais de de 700 telas sobre temas metafísicos e os dramas humanos, e diversos livros digitais, alguns disponíveis para download, veiculados pela Ordo Svmmvm Bonvm e pela Ordem de Maat. Esta lista contempla um número reduzidíssimo de autores e de obras esotéricas. A bibliografia autêntica e completa sobre esta vertente especulativa do pensamento é monumental, e, talvez, já tenha ultrapassado a cifra do milhão de obras impressas. Algumas, entretanto, permanecem ainda inéditas, esperando o tempo próprio para sua divulgação. O Livro de Jasher (citado na Bíblia em Josué, X, 13 e no 2º Livro dos Reis, I, 18) é um exemplo do que se afirmou. Perdido, oculto ou suprimido por séculos, foi traduzido do hebraico para o inglês por Flaccus Aibinus Alcuíno, da Bretanha, Abade de Cantuária, e trazido à luz, pela primeira vez, em Bristol, em 1829. A primeira edição americana foi patrocinada pela AMORC, em 1934. O Evangelho de Tomé... 1945 d.C... Os Evangelhos Apócrifos... Infelizes daqueles que, autoritariamente, surripiaram o conhecimento ao qual a Humanidade deve e precisa ter acesso. O Movimento Católico, por exemplo, tem muito que explicar às futuras gerações... Nada pode ter justificado as fogueiras e as apócopes. Sursum Corda! Levemus corda nostra ad Dominum in corde. Por tudo isso, podem ser proibidos, queimados e/ou ocultados os livros. A SABEDORIA, contudo, jamais poderá evanescer. Ela é parte necessária e integrante DAQUILO que é. O Verdadeiro PODER e a VerdadeiraSABEDORIA não são dissipados nem poderão ser jamais apocopados ou queimados.
Controvérsias religiosas e turbulências políticas sempre obrigaram a Ordem – em conformidade com determinadas leis enigmáticas – a contemporizar com uma regra antiqüíssima, que impunha o funcionamento das Lojas a períodos de atividade e a períodos de sonolência (inatividade), sendo cada ciclo composto de 108 (cento e oito) anos. Um ciclo completo de existência – do nascimento de uma Loja até seu renascimento – dura 216 (duzentos e dezesseis) anos. Esse número (108) é por demais significativo, bastando para esta exposição informar que se compõe de nove ciclos menores de doze anos. Doze são os signos do Zodíaco, doze são os membros do ALTO CONSELHO, doze são os meses do ano, doze eram os Discípulos próximos a Jesus, e doze também são as consoantes simples do Alfabeto Hebraico. O quadrado de doze é um número altamente cabalístico e conhecido de todos os esoteristas. Para os não-Iniciados e para os historiadores mal informados, antigos ramos da Ordem foram tidos como desaparecidos, sem explicação coerente ou consistente que justificasse tal acontecimento. Observe-se, também, que doze pode ser entendido como resultado do produto de quatro vezes três. Quatro representa a Estabilidade e três (o Triângulo) a manifestação perfeita. Sendo perfeito - como afirmou Ralph Maxwell Lewis (Sâr Validivar), o Triângulo contém tudo. E tudo que Dele depende foi, é e será sustentado com perfeição, harmonia e certeza de adequação. Por redução, ainda se pode perceber que 108 (cento e oito) equivale a 9 (nove); outra indicação esotérica, já que nove representa o cubo de três, ou seja, três voltas completas em torno do Triângulo. Nove, sob outro aspecto, é a cifra da semente, da semeadura, do renascimento que requer nove meses. ATÉ SETE UMA COISA; OITO, OUTRA; E NOVE, OUTRA COMPLETAMENTE DIFERENTE. Deus Meu: possamos todos ultrapassar o SETE. ESTÁ SELADO. PAZ AO MUNDO. Assim, ao se multiplicar 12 por 9 ou 9 por 12, ou seja, quando se toma por padrão qualquer um destes dois números, o resultado é o número 108, sumamente KaBaLístico e esotérico. Por último, acrescenta-se que 12 por adição é equivalente a três: a Trindade. ALeF. 111 = 3.
111 = 3 = UNIDADE = SOMOS TODOS UM
Dando um enorme salto por toda a Antigüidade e por toda a Idade Média, e chegando ao século XX [com plena convicção de que foram subtraídos deste resumo fatos e momentos importantíssimos da história desta Augusta Fraternidade, como, por exemplo, o próprio (re)nascimento da Ordem na Alemanha e as surpresas relativas ao descobrimento do túmulo do personagem Christian Rosenkreutz, cujas iniciais C.R-C., na verdade, simbolizam e aludem ao corpo hermético de ensinamentos tradicionais e arcanos, cujo verdadeiro significado é Christus Rosæ Crucis], em 1915, nos Estados Unidos da América, um novo ciclo de atividades públicas foi inaugurado sob a responsabilidade e orientação de Harvey Spencer Lewis (Sâr Alden). Como ensinou Raymond Bernard em sua obra As Mansões Secretas da Rosacruz, no passado, alguns raros Illuminados, que tendo reconhecido o Objetivo, foram, em verdade, os primeiros Vigilantes Silenciosos, reunidos na primeira Domus Sancti Spiriti. Foi assim que, lentamente, a Iniciação constituiu-se nos continentes desaparecidos, e se aperfeiçoou ao longo do tempo. A técnica Rosacruz, sintetizada nos Doze Caminhos, surgiu pelo esforço de Iniciados que dissimularam sua personalidade verdadeira sob o nome de Christian Rosenkreutz. Aqui há um mistério que Ordo Svmmvm Bonvm desvelou para a Humanidade. Os Doze personagens, que a denominação Christian Rosenkreutz encobre, são, portanto, fundamentais na busca Iniciática. Nomes completos, segundo Raymond Bernard, não acrescentam e não importam em nada na chave acima mencionada. Entretanto, Raymond Bernard transcreveu na obra aludida um excerto do Liber T, que é o que se segue:
1. Fra .'.I .'. A .'.
2. Fra .'. Ch .'.
Estes dois sob o título de electione fraternitatis caput
3. Fra .'. G .'. V .'. M.G.P.
4. Fra .'. F .'. R .'. C .'. Junior Moeres S. Spiritus
5. Fra .'. F .'. B .'. N .'. P. A. Pictor et Architectus
6. Fra .'. G .'. G .'. M. Pi Cabalista
7 e 8. Fra .'. P .'. A .'. Successor Fra .'. I .'. O .'. Mathematicus
9 e 10. Fra .'. A .'. Successor Fra .'. P .'. D .'.
11 e 12. Fra .'. R .'. C .'. Successor Patris C .'. R .'. C .'. cum Christo triumphatis
Ex Deo nascimur,
in Jhesu morimus,
per Spiritum Sanctum reviviscimus.
Esses são considerados os Doze Fundadores do novo ciclo e, conseqüentemente, os primeiros Rosacruzes. Entretanto, somente o mais elevado deles manteve o título de C.'.R.'.C.'., mas todos, inicialmente, foram Christian Rosenkreutz. E todos são UM. Não se pode, todavia, deixar de fazer referência ao Ilustre Kut-Hu-Mi, Mestre Cósmico e Hierofante da Ordem Rosacruz AMORC. Ele é o cume da pirâmide.
Para se ficar absolutamente adstrito à história da Ordem e manter a mais irreprochável fidelidade quanto às manifestações autênticas e públicas da Fraternidade, excluindo-se disto meus equívocos de conhecimento, que são muitos, a primeira vez que foi expedida uma comunicação oficial sob seu nome e selo, aconteceu na cidade alemã de Cassel no ano de 1614, com os livros Fama Fraternitatis e Confessio Fraternitatis. O primeiro continha a história, a constituição e as Leis da Ordem. A Confissão da Fraternidade da Rosa-Cruz dava 37 (trinta e sete) razões para sua existência, definindo seus objetivos e os meios para alcançá-los.
Fama Fraternitatis |
Confessio Fraternitatis |
É muito difícil resumir em poucas páginas todo o conhecimento Rosacruz. Eu, inclusive, estou muito longe de saber o que um ROSACRUZ sabe. Nesta Senda Illuminada sou um simples neófito. Mas se uma escolha tivesse que ser feita, das obras públicas (antigas) que resumem o pensamento esotérico – ainda que segundo um traçado aparentemente exotérico – da Fraternidade, esta escolha recairia, sem receio, a meu juízo, sobre A República, de Platão. O pensamento de Plotino também está acorde com os princípios Rosacruzes. Não se podem excluir, outrossim, as reflexões de Jacob Boehme, de Robert Fludd, de John Heydon e de Thomas Vaughan. Mas, afinal, o que pode ser excluído? Atualmente, os livros publicados pela AMORC, em todo o mundo, devassaram quase tudo aquilo que era proibido ou impedido até bem recentemente. Foi tão-só no final do século XX, por motivos absolutamente especiais e impostergáveis, que a Ordem escancarou, quase que totalmente, segredos milenares, que só eram transmitidos de boca a ouvido, ou escritos de forma cifrada, com o fito de dificultar a profanação desses mesmos segredos por mentes mesquinhas, egoístas e malévolas. Prisão, tortura, flagelo e morte sempre foram as sanções impostas àqueles que, desrespeitando a regra de ouro – o silêncio – dispuseram-se a divulgar extemporaneamente a LUZ da LLUZ. O conhecimento alquímico, a KaBaLa e as Iniciações Superiores, por isso, em sua profundidade e chaves herméticas, ainda continuam secretos e guardados como um tesouro para ser decifrado por gerações posteriores. Quando me refiro à KaBaLa, estou pensando na KaBaLa Eterna. De forma alguma na cabala teológica. O que há no mercado sobre esses assuntos, constitui-se, em sua maioria, de um consórcio de tolices e de fantasias. Há, contudo, exceções. O ser humano haverá, muito proximamente, de poder novamente ter acesso a essas duas chaves maravilhosas de realização, de Luz e de Saber ilimitados. Esta certeza é inquebrantável.
Assim, hoje, "todo" (todo, entre aspas) o conhecimento tradicional e hermético está praticamente publicado e divulgado. Um esforço gigantesco para iluminar a Humanidade é envidado pela Ordo Svmmvm Bonvm e pela Ordem de Maat. Inclusive o ingresso na Ordem Rosacruz tornou-se extremamente facilitado, bastando para ser aceito na Organização comprometer-se a respeitar as leis vigentes do país em que vive o buscador e manter secretos os princípios mais esotéricos que ainda não vieram a público. No passado as coisas não eram bem assim. A intolerância religiosa, principalmente da Igreja Católica, que sofreu – como era de se esperar – desvios doutrinários ao longo da história, tendo sido os mais profundos, smj, os acontecidos durante o transcurso do Segundo Concílio de Constantinopla, sempre obrigou a Tradição a percorrer as veredas da prudência, e a não veicular seu conhecimento multimilenar abertamente. É sabido o quanto demorou Descartes para poder ser Iniciado na Ordem. Entretanto, muito recentemente, Raymond Bernard foi autorizado a divulgar em suas obras conhecimentos tão herméticos, impossíveis de serem publicamente conhecidos no início do século passado. Helena Petrovna Blavatsky, Éliphas Lèvi, Papus e Saint-Yves D’Alveydre, entre muitos outros, como por exemplo Rudolf Steiner, também contribuíram imensamente para a difusão do conhecimento iniciático. É a LLUZ, fazendo-se visível para o bem e para o evolver da Humanidade.
QUADRO DO CORAÇÃO HUMANO NA ANTIGA E NA NOVA CRIATURA (SÍMBOLOS SECRETOS DOS ROSACRUZES DOS SÉCULOS XVI e XVII, Ordem Rosacruz - AMORC, Grande Loja do Brasil, p. 28) |
FIGURA CABALÍSTICA (SÍMBOLOS SECRETOS DOS ROSACRUZES DOS SÉCULOS XVI e XVII, Ordem Rosacruz - AMORC, Grande Loja do Brasil, p. 41) |
Símbolo Rosacruz |
Se um alto dignitário da Igreja Católica – Angelo Roncalli (1881-1963) – estiver correto (este Prelado, salvo informação equivocada, ainda que Iniciado em uma tradicional ordem esotérica, não foi membro da AMORC), só por volta de 2030 (dois mil e trinta) este Planeta começará a vislumbrar, tenuemente, a luz que se transformará em LUZ da LLUZ, e que iluminará efetivamente os caminhos dessa nova sociedade que povoará a Terra. A Raça que nos sucederá. Até lá, cabe a quem pode, alertar e fazer enxergar os que já conseguem perceber os equívocos tenebrosos destes tempos, e as infinitas possibilidades daqueles que estão a chegar.
Habite ricamente em todos vós a Palavra de Cristo. Ensinem e aconselhem uns aos outros com toda Sabedoria, e cantem salmos, hinos e cânticos espirituais com gratidão a Deus em seus corações. Colossenses III,16
Interessantíssimo o número 2030. Se o dividirmos por 7 (sete) o resultado será 290 (duzentos e noventa), ou seja, 290 ciclos de 7 anos. A partir de então terá início o ducentésimo nonagésimo primeiro ciclo de sete anos d.C. Isto considerando o calendário atual. Sete é o número que simboliza o fim de um ciclo e o começo de outro.
7 —› 8 —› 9
Cada ano pode, inclusive, ser dividido em 7 ciclos de aproximadamente 52 (cinqüenta e dois) dias. E o dia em 7 ciclos de 3 horas, 25 minutos e, aproximadamente, 43 segundos. A biologia contemporânea conhece profundamente o significado e o valor deste número. Assim, SETE, mais do que simboliza, representa a morte de um ciclo. Sete é a foice. Sete é o fim. Mas não pode ser esquecido o Oito! E o NOVE! E há o número 72. E há outros números... Pi(3,1415), por exemplo. ALHIM.
Nesse sentido, observa-se que todas essas operações numéricas indicam que, especulativamente, próximo a 2030 um momento cósmico agonizará e outro começará a se manifestar. Inclusive o ducentésimo nonagésimo primeiro ciclo de 7 anos por adição é igual a 12 (doze), número profundamente significativo em KaBaLa, e que, por sua vez, como se viu, por adição, é igual à Trindade. Entende-se, todavia, que esta compreensão (pensa-se que consciente em Roncalli) esteja vinculada ao término da Era Pisciana e ao início da Era de Aquarius (A Era Mental). As datas, contudo, entre os estudiosos, não são coincidentes para indicar o ocaso de um período e começo do outro. De qualquer forma, creio que o próprio Ciclo Aquariano já teve seu início. E tudo o que se especular a respeito de números, além de estar dependente de um conhecimento real e hermético a respeito da periodicidade dos ciclos cósmicos – que são diversos – quanto aos acontecimentos, estes sofrem influência direta tanto do ser individualmente, como da Humanidade como um todo como massa pensante, atuante e interatuante. Minimamente. Predeterminismo absoluto não há. Isto não posso aceitar. Há sim, possibilidade de que algo ocorra em determinada época, em função de certos fatos – que geram compensações obrigatórias – e da trajetória e dos procedimentos em curso. Mudanças, entretanto, podem ocorrer. E ocorrem. A †††††† †††††† e a ††† não prevalecerão jamais sobre o AMOR e sobre a ORDEM.
Entrementes, é preciso deixar registrado que a Ordem de Aquarius, na pessoa de seu Presidente, Serge Raynaud de la Ferrière, entende que o novo Ciclo Cósmico teria tido início em 1948 (mil novecentos e quarenta e oito). Já Raymond Bernard afirmou que a passagem da Era de Pisces para a de Aquarius teria acontecido em 5 de Fevereiro de 1962, quando todos os Planetas dos antigos encontravam-se reunidos no Signo de Aquarius. Acredita-se que esta data é mais concernente com a Tradição, desde sempre idêntica a si mesma.
Ralph M. Lewis |
Mas qual a importância dessas considerações? Qual sua real utilidade? Seriam confiáveis os resultados dessas operações numéricas? De onde provém tal conhecimento? O fato é que muitas previsões são feitas hoje, tal como ontem, com base em números, e são aceitas como coisa trivial. Uma gestação completa dura, geralmente, 9 (nove) meses. O movimento das marés é absolutamente previsível. Aos 21 (vinte e um) anos o ser humano alcança um nível de desenvolvimento fisiológico e mental que o habilita a assumir responsabilidades específicas ao longo da vida. Aos 28 (vinte e oito) anos, presumivelmente, a quaternidade inferior do ente humano está integralizada. As quatro estações do ano (outono, inverno, primavera e verão) têm períodos definidos e fixos de duração. Cada ano possui 365 (trezentos e sessenta e cinco) dias. A cada quatro anos ocorre um ano bissexto. Cada dia possui 24 (vinte e quatro) horas. Ao se avançar de um até quatro surge o DEZ, a MÃE UNIVERSAL. Seiscentos e sessenta e seis equivale a trinta e seis. Cento e cinqüenta e três (peixes) equivale a DEZESSETE. As quatro fases da Lua alternam-se ciclicamente em períodos fixos de tempo. Sistema e ordem, números e princípios geométricos, regem o Universo (Macrocosmo) e o homem (microcosmo). Com isso, todavia, pode-se erroneamente pensar em um predeterminismo absoluto em tudo e para todos. Todavia, não é assim. A inviolável liberdade de escolha faz do ser senhor de sua vida. MORTE e VIDA dependem exclusivamente dos entes. Impõe a cada ser, paralelamente às escolhas, responsabilidade total por cada ato praticado. A própria consciência (ou inconsciência – neste caso não se trata de subconsciência) de suas ações não o exime de, oportunamente, experimentar o resultado de cada opção. A Lei da Retribuição (LEI DO KARMA) não é inoperante nem punitiva. MORRER é uma opção.
AMORC San Jose, California |
A batalha, contudo, é ferocíssima. O lobo interno (corpo astral) de cada um – e de todos – não permite facilmente que as trevas sejam dissipadas. O ser cai. Levanta. Torna a cair. Torna a levantar. Um dia ficará de pé. Para sempre. Compreenderá. Saberá. E voltará seus olhos para os que ainda não se recompuseram dos escombros de suas perplexidades, para auxiliá-los nessa jornada fraterna, todavia, obrigatoriamente conquistável. Bem-aventurados os que ajudaram. Bem-aventurados os que aceitaram essa ajuda. Bem-aventurados Sócrates, Platão, Jesus, Plotino, Galileu, Fulcanelli, Harvey Spencer Lewis, Ralph Maxell Lewis, Max Heindel, Raymond Bernard e Christian Bernard. Bem-aventurado Mestre Apis, O Iluminador. Bem-aventurados AKHNATON e NEFERTITI. Bem-aventurada a GRANDE LOJA BRANCA que vem, através dos séculos, por caminhos desconhecidos, iluminando os passos vaidosos da sociedade humana, muitas vezes indiferente e infensa a esse trabalho sistemático e organizado, ao mesmo tempo filosófico e científico: Bem-aventurado Kut-Hu-Mi.
Pior cego é aquele que insiste em não querer enxergar. E a cegueira consentida só tem demonstrado aos seres humanos que, na maioria das vezes, os produtos de suas ações são a dor, a doença, as desgraças, o comprometimento da fauna, da flora, da atmosfera, dos limnociclos, a fome, a violência e a aniquilação. Contemporaneamente, o horror e terror. A ignorância só gera prejuízo, espera desnecessária e dor inútil. Como disse Goethe: não há nada mais terrível do que uma ignorância ativa. Ou Browning: Ignorância não é inocência, mas crime.Ou ainda Disraelli em discurso à Câmara dos Comuns em 18 de maio de 1866: A ignorância nunca resolve uma questão. E como entendo eu: as trevas são a luz dos ignorantes e o preconceito seu instrumento principal.
Mas a Alquimia Interna chegará para todos. Todos haverão de ser graduados. Ninguém ficará de fora. Rogo para que isto não aconteça. Se esta simplíssima Lei Cósmica já tivesse por todos sido percebida, as locupletações e os (pré)conceitos teriam sido abolidos, e as ações – individuais e dos governos – estariam bussoladas para o bem comum. Próximos estão os tempos dessa compreensão. Próximo está o dia no qual com o Fogo, no Fogo e pelo Fogo as transmutações serão usuais e corriqueiras, porque é apenas pelo Fogo (Fogo Crístico) que a Natureza pode ser renovada. Esta é a senda que a consciência humana está percorrendo: eikasia, pistis, dianoia, noesis. Transnoesis. YNRI (em verdade, YN-RI). Em IeSOD novas experiências aguardam a consciência humana em expansão.
Sob estes aspectos místicos e profundamente esotérico-KaBaLísticos o ano de 2030 passa a ter um significado relativo, pois no inexistente tempo, impossível de ser sentido, outros 2030 aconteceram! Passado, presente e futuro só existem na consciência objetiva do ser. 2030 pode receber uma interpretação mais adequada se for entendido, portanto, como tempo de mutação, como foram, por exemplo o nascimento de José (consagrado iniciaticamente como Jhesu, a Rosa de Sharon, o Grande AMeN da Era Pisciana), a Revolução Francesa e a Queda do Muro de Berlim. O próprio September Eleven Two Thousand One foi um dramático e terrível tempo de mutação.
Pode-se especular, ainda, que do início da Era de Aquarius até 2030, a Humanidade esteja passando por uma espécie de preparação bafejada por grandes descobertas, sobretudo no campo tecnológico, para, a partir de então, pelo entendimento dos efeitos deletérios que a própria expansão desenfreada da ciência de ponta acabou por produzir (efeitos laterais e subprodutos tóxicos e mutagênicos), redirecione as pesquisas para o BOM e para o SUMO BEM do Planeta em sua totalidade. 2030 seria, assim, um marco, uma espécie de patamar ou limite máximo negativo na história recente da Humanidade, transição para uma verdadeira nova era de compreensão, paz, amor, saúde, e saciedade. 2030 não é, portanto, conclusivamente uma data; antes é um ponto em meio a uma fronteira experiencial. Atrição, contrição, iluminação. Longo e árduo é o caminho que do inferno conduz à LLUZ. Longa e árdua é a senda que transporta ao reino interno de Sabedoria Ilimitada, de Paz ilimitada e de LLUZ Ilimitada. Longa, árdua e solitária. Entretanto, Angelo Roncalli não se referiu exatamente a 2030, mas sim a vinte séculos mais a idade do Salvador, o que resulta em 2033 (dois mil e trinta e três). Se se recordar, todavia, que o Ministério histórico de Jesus começou aos trinta anos e terminou fisicamente aos trinta e três anos e seis meses, aproximadamente, em 2034 as mudanças já estarão em curso para alcançarem seu clímax em 2106. Até doze anos houve um Jesus; de doze a trinta, outro; de trinta a trinta e três anos e meio, um terceiro; e, após a crucifixão, um último. No todo todos são um. Este também se constitui em um mistério da Trindade. Verdadeiramente a vida pública de Jesus teve duração de três anos e meio. Mil duzentos e sessenta dias. 1260. Quarenta e dois meses. 42. Que se consulte o Livro da Revelação Joanita... Entretanto, há mais Simbolismo Místico em tudo isso, do que podem imaginar nossas vãs presunções de saber alguma coisa. Portanto, trinta e três anos e seis meses são, repete-se, aproximadamente, iguais a 34, que remete a 2034.
Por último é absolutamente fundamental salientar que as considerações aduzidas sobre os anos 2030, 2033 (ou 2034) e 2106 são exclusivamente da lavra deste pesquisador. Tentar interpretar profecias alheias é temerário. O que foi pensado neste ensaio não se constituiu, propriamente, de uma interpretação: mais se procurou compreender o pensamento do Papa Iniciado. Com muito cuidado, aliás. Entretanto, faz-se uma advertência fundamental: A AMORC, a TOM a OS+B e a OM estão, portanto, exoneradas do teor destas especulações (e das demais desenvolvidas neste rascunho), e só ao autor cabem os eventuais ônus (se ônus houver) de tais reflexões. Nesse sentido, as lucubrações sobre as datas supraditas exprimem, a título privado e especulativo, tão-somente uma hipótese elucubrativa. 1962 + 72 = 2034. 1962 + 72 + 72 = 2106. Contudo, acima de qualquer especulação, há os livres-arbítrios humanos, singulares e coletivos. PAZ PROFUNDA.
O PRINCÍPIO
No Princípio era o VERBUM DIMISSUM INENARRABILE... No princípio era o ponto. O ponto distendeu-se em curva. A curva, em propagação, formou um círculo. Ao se fechar, havia um novo ponto no qual se focalizou o poder de distensão. O foco prolongou-se. Por causa das leis de atração, moveu-se em linha reta. As três forças primárias dividiram sua ação e ocorreu a propagação da linha em três movimentos retilíneos. E, deste modo, surgiu o Triângulo Eqüilateral representativo da Eternidade e do Universo Perfeitos.
Shekinah |
O processo de aquecer pelo Fogo, queimar ou ferver, era usado para simbolizar a meditação como agente da evolução espiritual. O recipiente alquímico no qual a transmutação ocorria era comparado ao corpo do homem, no qual reside o Eu Interior. Os seres físico e psíquico são novamente uma dualidade representada pelo Sol e pela Lua... A transmutação é uma união, um casamento de opostos. Em termos alquímicos, é a volatilização ou evaporação dos elementos fixos, e uma fixação do volátil. Este é um modo de simbolizar a harmonização da natureza psíquica ou espiritual do homem (volátil) e a natureza física (fixa) necessária para a união mística.
Portanto, deve ficar claro, e é isto que os textos pretendem indicar, que a posse das chaves para decifração da Alquimia Prática só é alcançada depois de conquistado um certo grau de espiritualização, que seja concernente, propício, adequado, seguro e meritório para a prática da Arte. Uma das iluminuras dos Símbolos Secretos dos Rosacruzes dos Séculos XVI e XVII é a apresentada abaixo. A simbologia deste quadro é profundíssima.
Algumas observações, entretanto, merecem ser realçadas. Preliminarmente, o quadro mostra que os Rosacruzes admitem a TRINDADE DE DEUS, assim como a própria PALAVRA é TRÍPLICE. Os triângulos abaixo do coração – que simbolizam e demonstram as correspondências entre o coração do ser humano e o Sol Central e Místico no Universo – representam, por sua vez, duas séries de correspondências, a saber:
Deus ‹—› Pai
Verbo ‹—› Filho
Espírito ‹—› Espírito Santo
A Trindade, por outro lado, está associada a outras tríades, habitualmente conhecidas. Nesse sentido, tem-se:
Pai ‹—› Enxofre ‹—› Animal ‹—› Espírito
Filho ‹—› Mercúrio ‹—› Vegetal ‹—› Alma
Espírito Santo ‹—› Sal ‹—› Mineral ‹—› Corpo
Combinando as informações existentes na gravura anterior com as da que se reproduzirá abaixo, novas relações podem ser observadas, quais sejam:
Pode-se observar que o Diagrama tem por base a TETRACTYS PITAGÓRICA, e a progressão apresentada abaixo pode ir de quatro até um ou de um até quatro, ou seja, do um aos muitos e da multiplicidade à UNIDADE. A progressão é a que segue:
a) 4 —› 3 —› 2 —› 1
b) 1 —› 2 —› 3 —› 4
Quem corretamente entender esta Tábua,
Poderá ver como se origina do outro.
Primeiro, todos ficam ocultos na quarta cifra,
Os elementos em todos os lugares,
Destes originam-se os três inícios,
Produzindo dois sexos:
Masculino e feminino, vindos do Sol e da Lua.
O Filho imperial disto provindo:
Inigualável neste mundo,
Ultrapassando todos os reinos.
A seguir será examinada uma lâmina dos Símbolos Secretos sobre o número Três. O que se pode concluir é que, para os Rosacruzes e para todos os Místicos, um dos números fundamentais do Universo é o TRÊS. A LEI DO TRIÂNGULO (muito anterior à Doutrina da Trindade, melhor: coexistente com ela) está presente desde sempre em todo o Universo, e assim, por via de conseqüência, regula e ordena a composição e a manifestação da matéria, bem assim a expressão das energias de nous e psíquica. Tudo no Universo é conforme esta Lei. Uma demonstração conhecida e interessante apresentada pela AMORC, na qual estão combinados a LEI DO TRIÂNGULO e o princípio universal adotado pelos Rosacruzes, que reza que tudo no Universo é vibratório, está abaixo reproduzida:
Colocando-se um pedaço de vidro sobre um pedestal e espalhando areia sobre o vidro, será possível tornar manifestas as vibrações pela fricção de um arco de violino na borda do vidro e fazer com que as vibrações se propaguem pela superfície do vidro, dispondo, desse modo, a areia em várias formas... As vibrações do pensamento podem ser [semelhantemente] convertidas em desenhos e formas, como aconteceu com a areia e as vibrações físicas provocadas no vidro..
Dando seqüência a este estudo reproduz-se abaixo uma lâmina referente ao número três dos Símbolos Secretos.
SOBRE O NÚMERO TRÊS (SÍMBOLOS SECRETOS DOS ROSACRUZES DOS SÉCULOS XVI e XVII, Ordem Rosacruz - AMORC, Grande Loja do Brasil, p. 37) |
SALVATOR MUNDI (SÍMBOLOS SECRETOS DOS ROSACRUZES DOS SÉCULOS XVI e XVII, Ordem Rosacruz - AMORC, Grande Loja do Brasil, p. 19) |
1. A natureza de Deus (IOD HE VAV HE [26 + 72 = 98 —› TETRACTYS (17)]
2. Quatro Espíritos de Deus em um SER DIVINO
3. O espelho da natureza de Deus
4. O espelho da natureza criada
5. Espelho, poder, força e efeito da natureza
6. O reino e a beleza da natureza unida
7. O espelho do ser humano natural unificado
Outra gravura – apresentada para reflexão a seguir – também faz referência ao número 7 (sete). Observe-se que Saturno, Mercúrio e Marte estão no reino das trevas. Vênus, Júpiter e Lua estão no reino da LUZ. E o SOL está entre os dois reinos.
SOBRE O NÚMERO SETE (SÍMBOLOS SECRETOS DOS ROSACRUZES DOS SÉCULOS XVI e XVII, Ordem Rosacruz - AMORC, Grande Loja do Brasil, p. 24) |
É verdadeiro, certo e sem falsidade que o que quer que esteja embaixo é semelhante ao que está acima; e o que se encontra acima é igual ao que está embaixo: para cumprir-se a Obra maravilhosa. Como todas as coisas são derivadas da Única Coisa, pela vontade e pela palavra d’Aquele Único que a criou em Sua Mente, assim também tudo deve a sua existência a esta Unidade, pela ordem da Natureza, e tudo pode ser aperfeiçoado por Adaptação àquela Mente.
Seu Pai é o Sol; sua Mãe é a Lua; o Vento a leva em seu ventre; e sua nutriz é a Terra. Esta Coisa é o Pai de todas as coisas perfeitas do Mundo. Seu poder é perfeitíssimo quando tiver sido novamente transformado em Terra. Separa tu a Terra do Fogo, o sutil do grosseiro, mas com cuidado e com grande judiciosidade e habilidade.
Ele ascende da Terra ao Céu e novamente desce, renascido, à Terra, desse modo tomando para si o poder do Acima e do Abaixo. Assim, o esplendor de todo o Mundo será teu, e toda a treva de ti fugirá.
Este é o mais forte de todos os poderes, a Força de todas as forças, pois sobrepuja todas as coisas sutis e pode penetrar tudo o que é sólido. Pois assim foi o Mundo criado, e raras combinações e maravilhas de muitas espécies são obradas.
Portanto, sou chamado HERMES TRISMEGISTUS, por ter dominado as Três Partes da Sabedoria de todo o Mundo. O que tenho a dizer sobre a Obra-Mestra da Arte Alquímica, a Obra Solar, aqui está dito.
TABULA SMARAGDIMA HERMETIS ( VITRIOL = VITRIOLUM ) (SÍMBOLOS SECRETOS DOS ROSACRUZES DOS SÉCULOS XVI e XVII, Ordem Rosacruz - AMORC, Grande Loja do Brasil, p. 29) |
Por último, uma transcrição do livro O Universo dos Números resume a Filosofia Mística Rosacruz no que tange aos conceitos de Unidade e de Dualidade, de Deus e da Natureza e de Arquétipo e de Tipo:
Deus é um espírito eterno, incriado, infinito,... auto-sustentado, celestial e existente, que no curso da natureza e do tempo tornou-se um homem visível, corpóreo, mortal. A Natureza é um espírito criado, natural, temporal, definido, espiritual, existente e corpóreo, uma imagem, semelhança e sombra, formada segundo o espírito eterno incriado, oculto e, entretanto visível. Deus corresponde ao arquétipo, a Natureza ao tipo. Um é a imagem e semelhança do outro. A dualidade é representada pelo olho divino através do qual Deus vê e cria tudo, e o olho da Natureza ou do céu, através do qual a Natureza vê e dirige todas as coisas terrenas.
Deus é Tudo em Tudo, na Terra e no céu, Tudo de Um e Um de Tudo, alfa e ômega [ALeF e TaV], começo e fim, eterno e temporal, primeiro e último, Deus e homem, céu e inferno, árvore da vida e árvore da morte. Um Ser e Natureza Divina se dividem em três diferentes pessoas em um só Ser. A tríade é Pai, Filho, Espírito Santo, um só Deus e Criador. Também é enxofre, mercúrio e sal, um Pai, uma Natureza. Mas a dualidade é finalmente unida em um só símbolo de círculos concêntricos.
Enfim, os símbolos, sob os aspectos aqui estudados, representam Deus, o Universo e o Ser Humano, conforme são compreendidos pela Humanidade. O Plano Divino, o Mundo e o Ser Humano podem ser considerados, apenas como modelos de estudo, como unidades individualizadas. No entanto, TUDO É UM. A sensação de isolamento e a percepção de divisão são próprias do Mundo da Concretização, Mundo cuja regra invencível é a ILUSÃO.
Um símbolo pode representar qualquer um ou os três conjuntamente. (Deus, Universo e Ser Humano). Segundo os princípios Rosacruzes, a unidade maior é composta de unidades menores representando a relação entre o UM e os muitos. Nesse sentido, os símbolos emblemam a integração psicológica ou mística do ser humano, como parte da união mística global. Os símbolos, assim, como sabem os Rosacruzes, patenteiam um estágio da humana compreensão, e constituem um veículo para a obtenção de maior e mais elevado conhecimento. Por outro lado, também exibem princípios místicos básicos reconhecidos através dos tempos. Em suma, é importante ressaltar que um símbolo não é um fim em si mesmo; é um meio para alcançar um fim. Um símbolo, em última instância, é um instrumento esotérico e, ao mesmo tempo, psicológico para auxiliar o estudante a alcançar a união mística. Todavia, a união mística pode prescindir de um símbolo específico e ocorrer por intermédio de uma via não-simbólica, na qual apenas interajam o ser singular e a Consciência Cósmica. Mas, uma questão assaltou minha consciência: como simbolizar Deus?
Todos os Rosacruzes – e por extensão os martinistas e os místicos de outras fraternidades – agem e atuam tendo como sustentáculo insubstituível exclusivamente IMPERATIVOS CATEGÓRICOS. Nenhum pensamento, palavra ou ação são (ou serão) movidos ou assentes em imperativos hipotéticos. Por outro lado, quando recebem qualquer bem material ou são internamente iluminados, sabem que foi por PRIVILÉGIO CÓSMICO e MÉRITO PESSOAL, e que as dádivas recebidas devem se constituir em instrumentos auxiliadores para melhor cumprirem sua estada neste Plano. Servir, sempre que possível. Servir, ainda que pareça impossível. Servir. Sempre servir. Incognitamente. Um simples 'olá' pode mudar uam vida!
Todas as reflexões finais produzidas neste item são válidas também para membros de outras fraternidades iniciáticas autênticas, ou seja, ramos específicos da GRANDE FRATERNIDADE BRANCA. É preciso, neste momento, deixar absolutamente patente, que não há nenhuma possibilidade de preponderância de uma Ordem Iniciática sobre outra. Cada uma tem uma missão específica e não há qualquer tipo de conflito em suas múltiplas e específicas atividades. Pensar diferente é não pensar. Todas são supervisionadas e inspiradas pela GRANDE LOJA BRANCA, e os oficiais que atuam neste plano cumprem rigorosamente as orientações recebidas. São, em realidade, todas irmãs, oriundas de um mesmo Útero: a CONSCIÊNCIA CÓSMICA.
Como se aludiu anteriormente, quando a sempiterna Tradição esteve planetariamente ameaçada, durante a Segunda Grande Guerra, as Catorze Ordens Autênticas que estavam ativas naquela oportunidade, organizaram-se fraternalmente, sem, entretanto, perderem suas respectivas individualidades e abdicarem de suas missões específicas, e instituíram a FUDOSI. Decaído o iminente perigo, a FUDOSI autodissolveu-se. Nesse sentido, a Federação não existe mais em ato. Representou um momento fugaz na história da Tradição Esotérica (1934 a 1951). Em latim, FUDOSI significa Federatio Universalis Dirigen Ordines Societatesque Initiationis. Superlativamente, em suas atividades, deixou franqueado para todas as futuras gerações a irmandade que sempre existiu (e sempre existirá) entre diferentes Fraternidades, mostrando, naquele curto interstício, que: OMNIA AB UNO.
Símbolo da FUDOSI Desenhado por Sâr Alden e Aprovado Unanimente por Todos os Delegados das Fraternidades Constitutivas da FUDOSI |
Fonte
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