domingo, 23 de setembro de 2018

O mistério do buraco flamejante nos EUA


Um estranho mistério tomou conta de uma cidade no Arkansas depois que um morador descobriu um buraco em chamas perto de sua propriedade e ninguém parece saber o que o criou. O abismo de fogo teria sido descoberto pelo homem na tarde de segunda-feira (17), na cidade de Midway. Sem dúvida preocupada com o que ele estava vendo, a testemunha ligou para o corpo de bombeiros local, que enviou uma equipe para investigar a situação.

Ao chegar ao local, o chefe dos bombeiros, Donald Tucker, observou que, de fato, “havia chamas de 2,4 a 2,7 metros de altura saindo de um buraco com cerca de 60 cm de diâmetro”. Segundo o oficial confuso, o estranho inferno durou cerca de 45 minutos antes de finalmente se extinguir por conta própria. Mas isso foi apenas o começo do mistério, pois determinar o que causou o estranho incidente provou ser bastante difícil.


Um exame do buraco revelou que media cerca de um metro de profundidade e havia uma curva inexplicável de 45 graus no fundo. Talvez ainda mais desconcertante é que, depois que o fogo se apagou, Tucker leu a temperatura dentro do buraco e registrou 415 graus Celsius. Uma investigação da área em torno do local descobriu que não havia linhas de gás natural que poderiam ter sido responsáveis ​​pelo evento estranho e empresas de serviços públicos na área disseram que não tinham nada a ver com isso.

Uma das teorias online é que um meteorito ou relâmpago poderia ter criado o buraco e o incêndio subsequente, embora os geólogos da área tenham dito a uma estação de TV local que eles são céticos quanto a essa sugestão.

“Não consigo pensar em nenhuma situação geológica que permita que isso aconteça”, disse um especialista, “não nesta área”. Tucker também pareceu rejeitar essas sugestões, observando que “não há sinal de um impacto, nem de terra esparramada ao redor da borda”, o que também parece eliminar outra hipótese popular: lixo espacial caindo de volta à Terra.

Como tal, Tucker e outros funcionários da cidade foram deixados coçando a cabeça sobre o mistério. Um juiz da comunidade ponderou: “Não acreditamos que o diabo apareceu, ou que meteoritos pousaram, ou que os grandes estrondos aconteceram”. No entanto, ele também admitiu que “o que acendeu e o que o alimentou ainda não sabemos. E pode permanecer para sempre um mistério”.

OVNI triangular no Texas gravado em video, espanta moradores

O site texasufosightings.com divulgou um interessante vídeo, acompanhado de algumas observações. Veja:


Imagens surpreendentes e claras de uma nave com três luzes sólidas e brilhantes movendo-se lentamente sobre um bairro no Texas foram enviadas para o YouTube.

Isso ocorreu diretamente sobre a cidade de Tomball, Texas (EUA). Havia cerca de 15 outras pessoas que estavam gravando junto conosco. O que você acha? Muitos relatos do mesmo fenômeno foram divulgados em todos os EUA.


Você acha que este é uma nave militar ultra-secreta ou drone, por exemplo, o suposto TR-3B? Os alienígenas poderiam estar visitando? Ou existe uma explicação mais simples?



Pássaros caem mortos do céu no Canadá...outra vez!

Sim, aconteceu de novo, e desta vez uma das testemunhas viu o comportamento estranho dos pássaros em pleno voo:


As pessoas que olham para cima sabem disso. Animais no chão sabem disso. Ambientalistas que procuram por sinais de desastres iminentes sabem disso. Charles Forte sabia disso. Outras criaturas voadoras de penas sabem disso. O que eles sabem? Pássaros caindo do céu nunca é um bom sinal.

Foi como um filme de Alfred Hitchcock.

Não é necessário ressaltar que não era uma testemunha do [filme] “Psicose” a que Kevin Beech se referia quando descreveu a um repórter do Peace Arch News o que viu em 14 de setembro a caminho para a reserva da Primeira Nação Tsawwassen, na Colúmbia Britânica.

De repente eu vejo algo apenas com o canto do meu olho que está se batendo no chão e eu apenas digo ‘o que diabos foi isso,’ Haiva todos esses coitadinhos mortos pelo chão.

Os “coitadinhos” eram pássaros, e antes que Beech os visse no chão, outra testemunha, Shawn Phillips, contou à CBC News o que estava acontecendo no ar.

Bandos de pássaros fazendo eventos aéreos.

No entanto, havia algo estranho sobre esses “eventos aéreos”. Phillips diz que viu um pássaro fazer um loop e então inesperadamente mergulhando ao solo em uma morte sangrenta.

Cara foi inesperado. Foi irreal de ver. Foi assustador ver… não havia sobreviventes.

Beech diz que tirou uma foto das dezenas de aves mortas ou quase mortas (“algumas ainda andavam por aí e se contorciam”) para postar no Facebook. Quando ele voltou com os amigos apenas dez minutos depois, os cadáveres haviam ido embora.

… Isso foi quase assustador de certa forma.

“Assustador” é uma boa descrição. Mas não da maneira que você pensa. Em menos de dez minutos, Rob Hope, o gerente de cuidados com raptores da Orphaned Wildlife Rehabilitation Society da Delta, foi notificado e enviou um voluntário para pegar todos os pássaros. Havia 42 estorninhos europeus e…

Eles estavam todos em bom estado corporal.

Exceto pela parte que estavam mortos.


A maioria das aves que se reúnem nesta época do ano… não somente estará estressada, mas desnutrida e isso pode causar o travamento de seus corpos e simplesmente cairão do céu… Pode ser estresse, fome, algum tipo de toxina … É um jogo de esperar para ver até que o teste seja feito.

O teste está sendo feito pelo Canadian Wildlife Service, um braço do Environment Canada, que se referiu assustadoramente a isso como um “evento de mortalidade”… um termo desenvolvido por pessoas de Relações Públicas para evitar ter que dizer “pássaros mortos caindo do céu sem nenhuma razão aparente”. Especialmente quando um experiente especialista em vida selvagem como Rob Hope é questionado se já viu algo assim antes.

Não pessoalmente e não em toda minha vida.

Claro, são apenas 42 estorninhos europeus, você diz. Isso é verdade. Mas os mineiros de carvão só precisam ver um canário morto cair de seu poleiro antes de se virar e correr por suas vidas.

O que aconteceu em Tsawwassen não é um filme, é pior do que ‘assustador’ e está acontecendo com mais frequência em todo o mundo.

Este é o nosso momento de mina de carvão?

terça-feira, 4 de setembro de 2018

The Black House: o Templo da Morte


“The Black House” (Baan Si Dum) ou também conhecida por Casa Negra ou Templo da Morte fica no norte da Tailândia, perto da cidade de Chiang Rai, e a apenas dois quilômetros do conhecido White Temple Wat Rong Khun (Templo Branco) que também fica na região. O templo consiste em quarenta construções onde a cor preta predomina e onde a morte é exibida em muitas formas. Não é um museu oficial, e nem cobram ingressos para visitar, e poucos turistas conseguem encontrar devido a dificuldade de sua localização. É um local que nem os tailandeses supersticiosos gostam de chegar perto.

Trata-se da casa, estúdio e museu do artista tailandês Thawan Duchanee, que durante anos dedicou sua vida a arte, refletindo profundamente a filosofia budista e colecionou os mais estranhos objetos, desde couro de crocodilos, cobras, conchas, crânios, chifres, esqueleto completo de um elefante e outros objetos bizarros. A área é imensa e quem visita se surpreende com os detalhes arquitetônicos e a quantidade de objetos acumulados. Alguns edifícios são abertos, mas a entrada ao seu interior é proibida.

Para os amantes de animais, a visitação é uma tortura, porque em todos os cantos terá algum bicho empalhado, como se fossem troféus. Em sites de turismos, alguns turistas comentaram sobre torturas de animais no lugar, como duas grandes cobras pythons presas em gaiolas desproporcionalmente pequenas ao tamanho dos animais no jardim. Muitos visitantes ficam confusos e acabam achando que o proprietário é um grande caçador e aquilo tudo é fruto de suas caçadas.

O artista Thawan Duchanee de 74 anos tem uma casa no local, mas tem residência fixa em Bangkok. Ele passou a maior parte da sua vida na Europa até se estabelecer definitivamente na Tailândia. O artista alega que o lugar não tem nenhum significado oculto ou religioso, mas a justificativa contrasta com a impressão que fica nos visitantes.



























































Volgogrado e a Segunda Guerra Mundial

Chamada de Stalingrado até 1961, cidade presenciou uma das batalhas mais sangrentas da história da humanidade.
Durante as escavações para a reforma da Arena Volgogrado, que receberá quatro jogos da Copa do Mundo de 2018, operários encontraram ossadas e vestígios de bombas no local em que foi construído o estádio. Essa não foi uma surpresa para os organizadores do evento: localizada às margens do Rio Volga, a cidade testemunhouuma das batalhas mais sangrentas já registradas. Ao menos 2 milhões de pessoas morreram ou foram feridas, em um evento-chave da Segunda Guerra Mundial que mudou os rumos da História. Ao final da luta, a cidade estava reduzida às ruínas e era um cemitério a céu aberto. A vitória soviética contra as tropas nazistas havia cobrado um grande preço da população local.

Ironicamente, durante mais de 35 anos, Volgogrado recebeu o nome do líder que conduziu a União Soviética à vitória (e quase pôs tudo a perder): fundada em 1589 com o nome de Tsarítsin, a cidade foi rebatizada de Stalingrado em 1925, como homenagem aos feitos de Josef Stalin — o secretário-geral do Partido Comunista da União Soviética comandara tropas bolcheviques no local durante a Guerra Civil, no começo da década de 1920.

Em 1961, como parte dos esforços do líder Nikita Kruschev em "desestalinizar" a sociedade soviética, a cidade recebeu o nome do rio que corre na região. As memórias da batalha da Segunda Guerra Mundial, entretanto, jamais seriam esquecidas. Em 1967, foi construído um monumento de 85 metros de altura que representa a Mãe-Pátria Russa: sobre a colina de Mamayev Kurgan, uma mulher com feições heroicas brande uma espada gigantesca. A estátua, que pode ser vista de diferentes pontos da cidade, está situada a pouco mais de um quilômetro da Arena de Volgogrado.

Traição ou jogada de mestre?

O movimento socialista de todo o mundo ficou em choque com a notícia que o diplomata soviético Viatcheslav Molotov teria um encontro com o regime nazista da Alemanha, a poucos dias do início da Segunda Guerra Mundial. Com a benção de Josef Stalin, o tratado de não-agressão assinado em 23 de Agosto de 1939 também determinava a "partilha" do território polonês: em 1º de setembro, as tropas nazistas invadiriam o país do leste europeu e dariam início ao conflito mundial.


Para alguns militantes, a tática soviética era um sinal de submissão ao poderio nazista — ou, até mesmo, um claro indício de traição. Mas a liderança da União Soviética sabia que a assinatura do tratado era apenas uma manobra para ganhar tempo: vivendo um tardio processo de industrialização, os soviéticos eram infinitamente mais fracos que os alemães.

Para piorar, Stalin conduzira entre 1936 a 1938 um processo de consolidação do poder que marcou a perseguição e eliminação física de qualquer vestígio de oposição. Líderes bolcheviques históricos, como Lev Kamenev, Grigori Zinoviev e Nikolai Bukharin, foram acusados de conspirar contra a liderança soviética e colocar a revolução em risco. Processados, foram presos e posteriomente executados. A repressão não se limitou aos quadros políticos: três dos cinco marechais soviéticos também foram fuzilados, assim como centenas de oficiais das Forças Armadas.

Com o Exército acéfalo e poucos recursos tecnológicos bélicos, só restava à União Soviética realizar manobras para protelar o máximo de tempo possível sua entrada na Segunda Guerra Mundial. O conflito, no entanto, seria inevitável: derrotar o fascismo era uma condição básica para a sobrevivência soviética e sua tentativa de realizar uma transição ao socialismo.

Afinal, os nazistas calcavam seu pensamento político em duas premissas básicas: para que a Alemanha conquistasse sua vitória final, era necessário derrotar as "raças inferiores" (personificadas na população judaica) e destruir qualquer rastro do comunismo. Não por acaso, os nazistas defendiam um Estado forte que defendesse os trabalhadores, mas que não dava brecha alguma para a consolidação de entidades sindicais ou de movimentos sociais que contestassem a estreita ligação entre os empresários e membros do partido de Adolf Hitler — em 1933, livros de Karl Marx foram queimados em praça pública como "necessidade de purificação radical da literatura alemã de elementos estranhos que possam alienar a cultura alemã".

A mãe de todas as batalhas 

No dia 22 de junho de 1941, o pacto de não-agressão finalmente seria rompido. Hitler ordenara o início da Operação Barbarossa, que deslocaria quase 4 milhões de tropas nazistas com o objetivo de varrer a União Soviética do mapa e construir uma vitória em um curto período de tempo. Com a tática conhecida como Blitzkrieg — ataques rápidos e precisos com a utilização da Força Aérea e de tanques blindados — a Alemanha avançou rapidamente sobre o território soviético. Enquanto marchavam em direção à Moscou, os fascistas também se dirigiam aos territórios localizados ao sul, em busca dos campos de petróleo do Cáucaso.


Em novembro, as forças nazistas já estavam às portas da capital Moscou. Para levantar a moral da população, a União Soviética organizou uma parada militar para relembrar o aniversário da Revolução Bolchevique: as tropas desfilaram em frente ao complexo do Kremlin, sede da liderança soviética, e retornaram para o campo de batalha. A mobilização popular e o inverno russo foram determinantes para a contra-ofensiva: em janeiro de 1942, os alemães se afastaram de Moscou. O cenário, entretanto, ainda era crítico.

Enquanto lutava pela sobrevivência, o Exército Vermelho estabeleceu uma linha de defesa na cidade de Stalingrado para impedir que as tropas alemãs avançassem sobre os campos de petróleo ao sul do país. O Rio Volga seria utilizado para a movimentação de tropas e insumos básicos para a população, que permaneceu na cidade trabalhando na produção de armamentos e na escavação de trincheiras. No final de julho de 1942, a Alemanha iniciou um intenso bombardeio aéreo sobre a cidade — milhares de civis morreriam por conta dos incêndios resultantes dos ataques.

Impotentes diante da superioridade tecnológica alemã, as forças soviéticas iniciaram uma tática de aproximar ao máximo suas linhas militares em relação à vanguarda nazista, atraindo os inimigos para dentro da cidade. Assim, a utilização de bombardeios e de ataques de tanques blindados ficaria reduzida. Ao mesmo tempo, Josef Stalin editaria a ordem 227: sob a consigna de "Nenhum Passo Para Trás", a determinação estabelecia que nenhuma tropa poderia recuar sem autorização — quem desobedecesse, correria o risco de ser preso e fuzilado.

Durante o segundo semestre de 1942, Stalingrado tornou-se um matadouro: a colina de Mamayev Kurgan, que hoje ostenta o monumento da vitória, mudava constantemente de mãos. Ora ostentava a bandeira soviética, ora exibia o estandarte da Alemanha Nazista. Na fábrica de aço Outubro Vermelho, os operários mantinham a produção enquanto soldados disputavam o controle do perímetro. Em batalhas travadas casa a casa, prevalecia a utilização de atiradores de elite: o soviético Vassili Zaitsev ganhou fama de herói ao abater 243 alemães em Stalingrado.

Não por acaso, o conflito ficou conhecido como "A Mãe de Todas as Batalhas". Em dezembro, o Exército Vermelho iniciou a Operação Urano, que aproveitava uma brecha nas linhas inimigas para iniciar um movimento de contra-ataque. Ao centrar fogo contra as tropas romenas, que auxiliavam os nazistas e eram menos equipadas, os soviéticos iniciaram um movimento de cerco antes de desferir um golpe fatal.

Com problemas nas linhas de abastecimento, os alemães também sofriam com o inverno russo. Em janeiro de 1943, a liderança alemã informava Adolf Hitler que as tropas não tinham munição ou alimento — como resposta, o nazista afirmava que a luta seria feita até o último homem.


Com quase 730 mil mortos, feridos ou desaparecidos, as tropas nazistas finalmente se renderiam no dia 2 de fevereiro. A vitória soviética também cobrava seu preço: durante os meses de conflito, houve mais de 1,1 milhão de baixas, com um número desconhecido de civis mortos. A partir de Stalingrado, a União Soviética iniciaria um contra-ataque que culminaria com a chegada do Exército Vermelho em Berlim, em abril de 1945. A bandeira vermelha com a foice e o martelo tremularia em pleno Reichstag, o Parlamento Alemão que presenciou a ascensão e o fim do nazismo.

Fonte: Gizmodo

A história de Chiune Sugihara

O japonês que salvou a vida de seis mil judeus na Segunda Guerra Mundial

As histórias sangrentas e desumanas da Segunda Guerra Mundial ainda são retratadas em muitos documentários, livros, sites, etc. Mas a segunda guerra mundial também foi um evento onde algumas pessoas mostraram grandes atos de heroísmo e de amor a humanidade. No texto abaixo conheceremos uma dessas pessoas: Chiune Sugihara, que ficou conhecido como Schindler japonês.

Chiune Sugihara foi um diplomata japonês que serviu como cônsul do Império Japonês na Lituânia, durante a Segunda Guerra Mundial. Aproveitando-se da hierarquia do cargo e mesmo arriscando sua carreira e a segurança de sua família, ele pode ajudar milhares de judeus a deixar a Europa, concedendo-lhes vistos de trânsito para que eles pudessem viajar para o Japão.

Sugihara nasceu em 1 de Janeiro de 1900 em Yaotsu, uma área rural da região de Chubu, no Japão, em uma família de classe média. Seu pai era um médico respeitado e sua mãe, descendente da classe samurai. Embora o pai desejasse que ele estudasse medicina, Sugihara seguiu sua própria vocação e ingressou na Universidade Waseda para estudar Língua e Literatura Inglesa, formando-se em 1919.

Carreira como diplomata

Pouco tempo depois de se formar, Chiune Sugihara passou em um exame para uma bolsa de estudos no estrangeiro patrocinada pelo Ministério das Relações Exteriores. O Ministério o recrutou e o designou para Harbin, na China, onde ele também estudou as línguas russa e alemã, que lhe ajudaram a reforçar a carreira diplomática, e mais tarde, a que se tornasse delegado do Japão para assuntos soviéticos.

Tempos depois, Sugihara recebeu o cargo de Vice-Ministro dos Negócios Estrangeiros na Manchúria, cargo que desempenhou com dignidade, recusando-se em concordar com o tratamento cruel dado pelos japoneses à população chinesa. Dessa maneira, Sugihara mostrou ser uma exceção no Corpo Diplomático Imperial do Japão. Sugihara Chiune preferiu seguir sua consciência e viver de acordo com suas próprias convicções morais. Quando voltou para o Japão, ele se casou com Kikuchi Yukiko, e logo depois, em 1938, foi enviado como representantes diplomático japonês a Helsinque, na Finlândia.


Em março de 1939, Chiune Sugihara foi enviado para Kaunas como vice-consul japonês na Lituânia. Kaunas era a capital temporária da Lituânia na época, estrategicamente localizada entre a Alemanha nazista e a União Soviética.

Casa que serviu como sede do consulado japonês na Lituânia
O início da Segunda Guerra Mundial

Chiune Sugihara estava se adaptando em sua nova função diplomática, quando o exército nazista invadiu a Polônia em setembro de 1939. O resultado foi uma onda de judeus poloneses que decidiram deixar seu país e mudar-se para a vizinha Lituânia, até então neutra no conflito. Com eles vieram as histórias arrepiantes das atrocidades alemãs contra a população judaica. Os que escaparam, fugiram sem posses ou dinheiro, por isso a população judaica da Lituânia fez todo o possível para ajudá-los com dinheiro, roupas e moradia.

Antes da guerra, a população de Kaunas era de 120.000 habitantes, um quarto dos quais eram judeus. A Lituânia até então, tinha sido um enclave de paz e prosperidade para o povo israelita. A maioria dos judeus lituanos não sabiam do risco que corriam e minimizavam o que estava acontecendo na Polônia, embora os próprios refugiados poloneses alertassem que, do outro lado da fronteira, os judeus estavam sendo mortos aos milhares. Contudo, algo assim, em pleno século XX era quase impossível de se acreditar, e os judeus lituanos continuaram a levar a vida normalmente.

As coisas começaram a mudar em meados de junho de 1940, quando os soviéticos invadiram a Lituânia. Agora era tarde demais para deixar o país. Ironicamente, os soviéticos deram permissão para que somente aos judeus que tinham vindo da Polônia deixassem a Lituânia.

Em 1940, a maioria da Europa Ocidental estava sob o poder dos nazistas, com exceção da Grã-Bretanha. O resto do mundo era supostamente livre, mas a maioria dos países colocava obstáculos à imigração de refugiados judeus, e nem é preciso mencionar o perigo que eles corriam em qualquer lugar da Europa ocupada. Os judeus poloneses tinham que partir. Eles se tornaram párias.

Em meio a esta terrível situação diplomática, Chiune Sugihara de repente se tornou parte fundamental de um desesperado plano de sobrevivência. O destino de milhares de pessoas dependia dele.

Logo, começaram a chegar as notícias de que o exército alemão avançava rapidamente para o leste, em direção a Lituânia. Em julho de 1940, as autoridades soviéticas deram instruções a todas as embaixadas estrangeiras, que para a própria segurança, abandonassem Kaunas. Quase todos os consulados fecharam e seus diplomatas deixaram a Lituânia de imediato, porém, Sugihara solicitou a permanência no país. Foi lhe dada uma permissão de 20 dias de estadia.

Hitler tecia sua teia ao redor da Europa Oriental e o tempo dos refugiados em Kaunas diminuía a passos largos. Foi então que alguns dos refugiados poloneses vieram com um plano, a última chance de escaparem dos nazistas com vida. Eles descobriram que não era necessário o visto para viajar para as possessões holandesas no Caribe: Curaçao e Guiana Holandesa. Além disso, o cônsul da Holanda, Jan Zwartendijk, estava disposto a selar o passaporte com o visto de entrada. Mesmo com o passaporte carimbado pelo cônsul holandês, os judeus ainda tinham um grande problema. Naquele tempo, obviamente, não havia voos diretos para o Caribe. Os refugiados tinham que deixar a Lituânia passando pela União Soviética. Mais uma vez, a sorte parecia sorrir, pois o cônsul soviético simpatizava com eles e concordou em deixá-los passar, mas sob uma condição: além do visto holandês, eles também deveriam obter um visto de trânsito japonês, porque, obrigatoriamente, eles teriam que passar pelo Japão, a caminho das ilhas holandesas.

A atuação decisiva de Chiune Sugihara

Certa manhã, no final de julho de 1940, Chiune Sugihara e sua família acordaram devido ao barulho de uma multidão de judeus poloneses, reunidos na frente do consulado japonês. Os refugiados sabiam que só tinham uma chance. Somente se o consulado japonês lhes desse vistos de trânsito para atravessar o seu país, os judeus conseguiriam a permissão para viajar através da União Soviética. Chiune Sugihara ficou comovido pela situação e queria ajudar, mas não tinha autoridade para emitir tal número de vistos sem a autorização do Ministério dos Negócios Estrangeiros, em Tóquio. Ele telegrafou ao seu governo em três ocasiões, solicitando a liberação dos vistos, mas Tóquio categoricamente negava. Os Japão não queria receber os refugiados judeus porque isso iria contrariar um poderoso aliado: Hitler.

Depois das contínuas negativas dos seus superiores, o diplomata japonês discutiu a situação com sua esposa. Era preciso tomar uma decisão difícil. Ele era acima de tudo um homem criado sob a rígida disciplina tradicional dos japoneses. Ele sabia que como diplomata, estava obrigado a obedecer as ordens do império japonês, na verdade, a obediência ao seu imperador, era uma virtude que tinha sido incutida no seu coração ao longo de toda a sua vida. Sugihara sabia que se desafiasse as ordens de seu governo, ele poderia ser demitido, desonrado, e, certamente, seria o fim de sua carreira diplomática. Tal situação, tornaria difícil sustentar a família no futuro, mas no final, o cônsul resolveu fazer o que sua consciência dizia ser o correto. Ele decidiu ajudar os milhares de refugiados, assinando os vistos de entrada no Japão.

Durante 29 dias, a partir de 31 julho até 28 agosto de 1940, Chiune e sua esposa Yukiko, se dedicaram a assinar os vistos, todos redigidos à mão. Hora após hora, dia após dia, durante aquelas quatro semanas, eles redigiram, assinaram e selaram uma média diária de 300 vistos. O trabalho foi tão intenso, que no final do dia, Yukiko precisava massagear as mãos cansadas do marido. Nem sequer paravam para comer, não querendo deixar todas aquelas pessoas em pé dia e noite em frente ao consulado.


Apesar de toda a boa vontade do jovem cônsul, alguns judeus estavam tão desesperados, que começaram a pular a cerca para entrar no consulado. Alguns deles se ajoelhavam para beijar os pés de Sugihara, implorando por um visto, gesto que tocou profundamente o diplomata. O fato de um ser humano estar disposto a lhe beijar os pés para salvar a vida e a de sua família, revelava o quão angustiadas estavam aquelas pessoas. Naquele momento, Sugihara teve certeza de que estava fazendo a coisa certa. No final de agosto de 1940 já tinham sido emitidos pelo menos seis mil vistos, até que os soviéticos obrigaram Sugihara a fechar o consulado e deixar a Lituânia.

Refugiados judeus em frente ao consulado japonês
Os refugiados judeus que obtiveram os vistos de Sugihara, foram de trem para Moscou, em seguida, tomaram outro trem e viajando pela Transiberiana, chegaram à cidade portuária de Vladivostok, que fica de frente para a costa japonesa. De lá, a maioria deles partiu para Kobe, no Japão. Depois de ficarem em Kobe por um tempo, eles foram transferidos para Xangai, na China. Milhares de judeus poloneses que estavam lá graças aos vistos do cônsul japonês, sobreviveram sob a proteção do governo japonês em Xangai.

Visto emitido por Sugihara
Vida difícil depois da Guerra

Depois de ser forçado a sair da Lituânia pelo governo soviético, Sugihara e sua família viajaram para Berlim, e depois ele foi transferido para vários consulados japoneses em toda a Europa ocupada pelos nazistas até o final da guerra. Apesar da desobediência de Sugihara no caso referente aos vistos dados aos judeus, o governo japonês sabia que as habilidades diplomáticas de Sugihara seriam úteis durante o conflito, razão pela qual durante esse tempo ele não foi removido do cargo de diplomata japonês.

Sugihara estava servindo em Bucareste no momento da rendição da Alemanha, em 1945, e quando os soviéticos assumiram o controle da Romênia, ele e sua família foram detidos por mais de um ano em um campo de internamento. Eles foram libertados em 1946, mas novamente detidos por meses em Vladivostok em sua jornada de volta para o Japão.

Ao chegar em Tóquio, em 1947, Sugihara foi pressionado a demitir-se do ministério das Relações Exteriores. Ele acreditava que a demissão foi resultado direto de sua decisão de emitir os vistos não autorizados em 1940, embora a razão oficial foi a "limpeza" do corpo diplomático durante a ocupação do pós-guerra do Japão pelos Estados Unidos.


Com a demissão, e o histórico de desobediência, toda a sua carreira de longos anos foi esquecida. O agora ex-cônsul tinha de recomeçar do zero. Para sustentar a família, ele começou a vender lâmpadas de porta em porta, e, às vezes, fazia trabalhos como tradutor de tempo parcial. Dada a dificuldade encontrada no Japão devastado pela guerra, Sugihara mudou-se para a União Soviética, imaginando que lá, seu conhecimento de outras línguas seria melhor usado. Foi mais um desafio, pois, sem sua família, ele viajou para terras soviéticas em busca de emprego. Nas duas últimas décadas da vida, Sugihara trabalhou como gerente de exportação em Moscou.

Sugihara nunca falou de suas ações na Lituânia, pois ele tinha medo da reação das pessoas. Mesmo após a guerra grupos passaram a nutrir um estranho ódio pelos judeus. O fato de os nazistas terem perseguido os judeus fez com que muitas pessoas acreditassem, naquela época, que a guerra tenha sido motivada por essa perseguição, e assim essas pessoas passaram a nutrir ódio pelos judeus, culpando-os pelo conflito. Esse foi um pensamento um tanto estranho aos nossos olhos nos dias de hoje, mas nos anos logo após a guerra pareciam fazer sentido, pois muitas pessoas haviam perdido tudo no conflito, e essas pessoas precisavam descontar sua raiva em alguém.

A população de muitos países do leste europeu sofreu bastante com o conflito, principalmente por conta da tentativa nazista de invadir a União Soviética, e porque após a guerra esses países foram anexados ao território soviético, Vale lembrar que hoje em dia em muitos desses países se encontram grupos violentos de neo-nazistas.

Reconhecimento pelo seus atos

Em 1968, Jehoshua Nishri, um membro da embaixada israelense em Tóquio e um dos beneficiários dos vistos de Sugihara, conseguiu finalmente localizá-lo. Nishri era um adolescente em 1940, quando recebera o visto do cônsul japonês.


Os refugiados que sobreviveram graças a compaixão de Sugihara, entraram com uma petição para inclusão do cônsul no Museu Yad Vashem. Em 1985, Chiune Sugihara foi nomeado " Justo entre as Nações", a mais alta distinção concedida pelo governo de Israel a cidadãos de outros países que ajudaram judeus durante o Holocausto. Sugihara estava muito doente para viajar para Israel, de modo que sua esposa e filho concordaram em participar da homenagem em seu nome.

Yad Vashem
O ex-cônsul e sua família receberam a cidadania israelense perpétua. Sugihara morreu no ano seguinte, em 31 de julho de 1986.


Apesar da publicidade dada por Israel e por outras nações, Sugihara permaneceu um desconhecido em seu próprio país, pois seus atos jamais haviam sido reconhecidos pelo governo japonês, afinal segundo o ponto de vista do governo Sugihara havia desobedecido ordens superioras e assim traído o seu país. Somente quando uma grande delegação judaica de todo o mundo, incluindo o embaixador de Israel no Japão, compareceu ao funeral dele, foi que os japoneses se deram conta da grandeza do cônsul Chiune Sugihara.


Fontes: Kid Bentinho e Sugihara (Documentário)

Mitologia Nórdica


Neil Gaiman é um apaixonado por mitologias. Quem conhece o trabalho do autor sabe bem disso; é difícil ler um livro ou quadrinho de Gaiman que não tenha referências ou personagens de alguma mitologia. Suas duas maiores obras, Sandman, nos quadrinhos, e Deuses Americanos, na literatura, não deixam qualquer dúvida a respeito.

Em seu novo livro, intitulado simplesmente Mitologia Nórdica e lançado no Brasil pela editora Intrínseca, em uma bela edição de capa dura, o autor leva seu fascínio pelos mitos a outro nível, assumindo a missão de recontar as histórias mais emblemáticas que povoavam o imaginário dos povos nórdicos e germânicos.


Para fazer isso Gaiman escolheu não revisitar os livros de mitologia que já conhecia, mas mergulhou no intrincado texto das Eddas em prosa e em verso. As Eddas são coletâneas de narrativas míticas encontradas na Islândia, datadas do século XIII, e representam as principais fontes da Mitologia Nórdica como a conhecemos hoje.

O autor estudou, analisou e até misturou passagens das Eddas de forma a criar uma narrativa coesa e de agradável leitura. O trabalho resultou em 15 capítulos contando episódios célebres como a construção do muro de Asgard, como os deuses conseguiram seus tesouros, inclusive Mjölnir, o martelo de Thor que ilustra a capa do livro, e as visitas de Thor e Loki a Jotunheim, o mundo dos gigantes. O livro termina com a trapaça final de Loki, a morte de Balder, seguida da história de seu confinamento, e por fim o Ragnarok, o Crepúsculo dos Deuses.

Mitologia Nórdica representa uma bem-vinda recontagem dessas histórias de tempos remotos. A prosa de Gaiman ressaltou com primazia o aspecto humorístico de alguns desses contos, assim como construiu muito bem a tensão e a violência sempre presentes nas interações entre os deuses e seus maiores inimigos, os gigantes. Entretanto, fica a sensação de que o livro contém muita Mitologia Nórdica, como o próprio título já diz, e pouco Gaiman.

O grande ponto aqui é entender as intenções de Gaiman e ajustar as próprias expectativas de leitura. O autor não tomou liberdades com as histórias, antes tratou-as com merecida reverência. Os personagens não tomam ações inusitadas ou essencialmente diferentes de outras recontagens que tenham se atido ao material das fontes primárias, no caso as Eddas. As narrativas não enveredam pelos rumos ainda mais mágicos e estranhos aos quais a imaginação de Gaiman poderia levá-las se fosse isso que ele quisesse fazer. Mesmo as incongruências e exageros típicos desse tipo de narrativas míticas continuam lá, não houve esforço no sentido de trabalhar esse corpo de textos de forma a entregar um livro que se parecesse mais com um romance, ou um romance fix up.

Mitologia Nórdica é exatamente o que o nome sugere, e de fato entrega uma narrativa de qualidade muito superior e de leitura mais agradável do que outras versões lançadas no Brasil. Quando quiser revisitar as lendas nórdicas não tenha qualquer dúvida entre ler a versão de Gaiman ao invés das de Franchini e Seganfredo, para citar um dos livros mais populares.

Entretanto é impossível terminar a leitura sem imaginar o tipo de livro que teríamos se Gaiman tivesse tomado o controle para si, aparado as arestas, amarrado as transições, contado histórias que são referenciadas nas Eddas mas não deixaram registro por escrito, se tivesse moldado e torcido e adicionado, criando sua própria versão peculiar da Mitologia Nórdica, como só ele poderia fazer.

Esse livro, infelizmente, talvez nunca exista.

Fantasma circense persegue médium britânico após sessão de exorcismo

Ed Booker relatou que, depois de participar de ritual de limpeza energética, espírito de 'mestre circense' tem o assombrado diariamente; ele contou que esposa pediu o divórcio após ser atacada pelo mesmo fantasma.

Um homem afirmou estar sofrendo ataques diários de um suposto 'fantasma' que teria invadido sua casa nos últimos meses. De acordo com o Mirror , o médium britânico Ed Booker, de 37 anos, relatou estar sendo perseguido pelo espírito de um mestre circense desde que participou de uma sessão de exorcismo.

Booker contou que depois de realizar um ritual de limpeza energética em uma residência em Sussex, Inglaterra, começou a sentir coisas estranhas e a ver o ' fantasma ', que traja roupas pretas e cartola. Ele alegou que as perseguições dessa ‘alma penada’ foram tão intensas que sua esposa Donna Hall decidiu terminar o relacionamento e deixar a casa onde viviam juntos.

“Os ataques começaram a ser constantes, e não só comigo. Minha ex-mulher, Donna, ficou presa em um cômodo por uma força paranormal. Ela ficou tão assustada que terminou nosso casamento e saiu de casa. Estou arrasado, minha saúde tem sumido aos poucos também”, disse.

Os ataques do 'fantasma' e o ritual de exorcismo maligno

O britânico ainda conta que, durante os acontecimentos paranormais, palavras como “morte” passaram a surgir nas paredes da local onde mora e que sempre que apaga as luzes visualiza o espírito.

“Eu acordei com arranhões no meu braço e realmente sinto que estou em perigo. Todos que visitam minha casa são atacados por ele, isso destruiu o meu relacionamento e está afastando meus amigos. Sinto-me triste. Sempre que estou longe de casa consigo me recuperar, porém, quando retorno, minha energia some. Eu não tenho a menor ideia do que esse fantasma quer comigo, só sei que de certa forma, ele está ligado a mim”.

Ao Mirror , Booker explicou que seu interesse pelo universo sobrenatural surgiu "naturalmente", e que já realizou muitos exorcismos e participou de grupos ‘caçadores de fantasmas’. Contudo, a jornada profissional teve início em residências da região, onde costumava retirar forças malignas que geralmente atormentavam adolescentes.

Em seu último ritual, Ed diz que algo não correu como o esperado e que, talvez por isso, o ' fantasma ' tenha se conectado a ele. “Havia muitos espíritos, todos tinham forças negativas. Foi então que avistei essa figura, que posso descrever como um 'mestre circense', vestido todo de preto com uma cartola enorme. Ele ficava me encarando e sorrindo com seus dentes quebrados e sujos. Foi uma experiência terrível, e estou seguindo o conselho de meus amigos que trabalham na área. Reconheço que preciso de ajuda e estou buscando-a”, concluiu o médium.

Fonte: Ultimo Segundo

Castelo Falkenstein


Para o primeiro RPG indicado nos Escritos Lendários, não há escolha melhor que Castelo Falkenstein.

Mesmo com dragões, anões, duelos e magia, elementos comuns de um RPG medieval, Castelo Falkenstein está longe de ser comum, ainda mais porque não é uma fantasia medieval, seu cenário é de uma Era Vitoriana alternativa e steampunk, misturando magia, dragões e tecnologia à vapor.

Escrito por Mike Pondsmith (autor de Cyberpunk 2020), e lançado em 1994 pela R. Talsorian Games e em 1998 no Brasil pela Devir. Porém segundo o próprio livro, o autor não seria Mike, e sim Tom Olam, seu amigo, criador de jogos eletrônicos, que estava desaparecido há dois anos, mas que na verdade foi magicamente transportado para essa Terra alternativa, do qual ele chamou de Nova Europa, e assim Tom descreve seu fascínio e aventuras por essa Era Vitoriana mágica e consegue enviar de volta para que Mike publique o livro.

O mundo de Castelo Falkenstein é, segundo Tom, como a Era Vitoriana deveria ter sido, uma realidade de Alta Magia vivendo ao lado de invenções bizarras saídas de uma Revolução Industrial alucinada.

Repleto de criaturas fantásticas, desde ninfas e kobolds até a Corte Seelie, descendentes dos Filhos da Deusa Dana, liderados por Lorde Auberon, que há tempos enfrenta seus antagonistas, Fomorianos sobreviventes, que formam a Corte Unseelie e querem a destruição da humanidade.

Nesse mundo, personagens como Sherlock Holmes, Conde Drácula, Capitão Nemo entres outros, convivem tanto com personalidades históricas quanto seus próprios autores. E as obras por sua vez deixam de ser meros livros de ficção, como por exemplo Lewis Carrol que descreve realidades alternativas em seu livro. Dessa forma, esse livro apresenta um mundo glamoroso, aristocrático, de aventuras e repleto de magia e tecnologia avançada à vapor.

Castelo Falkenstein é singular em diversos aspectos, desde seu universo, até suas regras de jogo e composição do livro. Dividido em duas partes, a primeira alterna descrições de Tom sobre esse mundo fantástico com suas aventuras pela Nova Europa. Com páginas coloridas e recheadas de belíssimas ilustrações em aquarela de Willian C. Eaken. Enquanto que as regras do RPG se encontram em páginas preto, branco e cinza, com folhas mais grossas. E isso é um a mais para a imersão desse universo, já que o leitor pode ler a parte da narrativa e descrição sem se preocupar com as regras.

Apesar que mesmo assim as regras também são criativas e se encaixam perfeitamente no contexto do livro. O protagonista, Tom Olam, em uma festa da nobreza neo-européia apresenta ao Príncipe de Gales e seus anfitriões um jogo de seu mundo natal, o RPG, eles ficam fascinados, mas nesse mudo algumas coisas tem que mudar, e assim, dados foram dispensados, pois isso é “coisa da ralé”, no lugar deles, os jogadores utilizam cartas de baralho. Além disso não é possível ter fichas de personagens, e assim o jogador deve descrever seu personagem contando como em um diário, colocando suas vantagens, habilidades, e defeitos, mas sem números, apenas dizendo se é um Bom Atirador, um Ótimo Diplomata, ou um Médio Artesão. E assim, junto ao Príncipe, Tom escreve o Grande Jogo.

Castelo Falkenstein é um RPG que foca em ambientação e interpretação, em uma época que isso ainda estava começando, e isso somado ao estilo criativo e fantástico que sai do convencional medieval de jogos anteriores e nem cai para o gótico que surgia nessa época.

Infelizmente suas edições estão esgotadas há um bom tempo, então é preciso correr em sebos, mas há boatos de um provável relançamento previsto para esse ano de 2017.

O "Enigma do Trem" e a Racionalidade

A situação é a complicada: um trem avança sem freios e está prestes a atropelar cinco pessoas que estão sobre a linha férrea. Você está ao lado da estrada, em frente a uma alavanca que, caso seja puxada, consegue desviar o trajeto da composição. No entanto, se você acionar o equipamento, o trem vai atropelar outra pessoa na linha ao lado.

Você tem dez segundos para tomar uma decisão. Se não fizer nada, cinco pessoas morrem. Se você puxar a alavanca, elas serão salvas, mas, como consequência, outra pessoa vai morrer. O que fazer?

Esse experimento, conhecido como "o dilema do trem", é um cenário clássico entre filósofos e sociólogos - ele é usado para estudar o modo como tomamos decisões e para confrontar diferentes perspectivas sobre uma mesma situação.

Conflito ético

Por um lado, há quem acredite que o correto seria causar o menor dano possível, ou seja, a melhor opção seria puxar a alavanca para salvar mais vidas, mesmo que uma pessoa acabe morrendo.

Do outro lado, alguns argumentam que seria imoral intervir na situação, causando um dano que não ocorreria sem a interferência, mesmo que as intenções sejam boas.

A espiral de perguntas poderia ser infinita: salvar cinco pessoas é melhor que salvar apenas uma? É correto salvar cinco pessoas, mas matar uma que não estava correndo risco? Quem escolheu não puxar a alavanca, mudaria de opinião se fossem 100 pessoas a morrer e não apenas cinco?

Na prática

"Esse dilema é sobre o bem-estar do indivíduo em contraponto ao bem-estar de um grupo", diz o sociólogo Dries Bostyn, da Universidade de Gante, na Bélgica.

Bostyn liderou uma equipe de pesquisadores que tentou aplicar na prática o dilema hipotético. Eles usaram um caso diferente, mas que segue a mesma lógica.

Para seu experimento, Bostyn reuniu um grupo de 300 voluntários que se dispuseram a enfrentar o problema.

Ele perguntou para uma parte deles: em uma jaula há cinco ratos e em outra apenas um. Com uma contagem regressiva de 20 segundos, caso o voluntário não faça nada, os cinco ratos vão sofrer um choque elétrico que causará dor. Se antes do tempo acabar, a pessoa apertar um botão, apenas um rato, que está em outra jaula, levará o choque.

Segundo o sociólogo, 66% dos voluntários disseram que apertariam o botão para que o rato solitário recebesse o choque, o que evitaria que o grupo de cinco sofresse. Outros 34% disseram que não fariam nada e, consequentemente, os cinco ratos receberiam a descarga.

Para seu teste, Bostyn colocou cinco ratos em uma gaiola e um animal em outra; no meio, um botão que supostamente acionava um choque elétrico

Depois, os pesquisadores colocaram outro grupo de voluntários diante da situação real. O resultado foi divergente. Eles ficaram diante da gaiola com cinco roedores e da outra, com apenas um.

Entre as caixas, havia o botão para aplicar o choque (na realidade, ele não produzia choque elétrico de fato, mas os participantes foram levados a acreditar que sim). O cronômetro começava a avançar e as pessoas tinham que decidir o que fazer, rapidamente.

Neste caso, 84% dos voluntários apertaram o botão para salvar os cinco ratos. Somente 16% não fizeram nada para evitar o possível efeito - resultado diferente de quando o teste é aplicado apenas na teoria.

Mudança

Para Bostyn, esse resultado sugere que "o que as pessoas pensam não corresponde ao o que elas fazem na prática".

Um dos resultados mais interessantes do teste, segundo os pesquisadores, foi o sentimento contraditório experimentado pelos participantes.

"Foi fascinante ver as pessoas que acharam ter tomado uma boa decisão e depois pediram desculpas por sua escolha', diz Bostyn. "É uma questão muito interessante para estudar no futuro."

O experimento de Bostyn ainda tem várias limitações, pois é difícil comparar a morte de um rato com a de um ser humano.

No futuro, o pesquisador pretende fazer um teste em que a mesma pessoa responde ao caso hipotético e, depois, é submetida à experiência real.

Voltando ao trem, você mudou de opinião?