sábado, 15 de abril de 2017

Psicologia Holística

O Porquê da Terapia - Numa terapia psicológica busca-se o equilíbrio emocional através de uma liberação de conflitos e emoções, tipo culpa, medo, insegurança e raiva. Existem diversas linhas e técnicas, mas o importante é que se chegue a um resultado comum, em que ambos, terapeuta e cliente, juntos alcancem um objetivo e cresçam.

Assim, a pessoa aprende a se conhecer e a aceitar melhor suas falhas e seus limites, e a conviver com medos e raivas de maneira a que eles apenas o ajudem, já que são necessários para a sua sobrevivência. Equilíbrio Energético - Você é, age, pensa e sente de uma determinada forma, e para saber a razão disto, precisa se conhecer energeticamente, saber que tipo de influencia exerce e como é influenciado, não só pela sua própria energia, como pela dos outros, e também pela energia de tudo que se encontra à sua volta. Para mantermos este nível energético equilibrado, é necessário que, em primeiro lugar, procuremos nos conhecer e nos avaliar, através de uma auto-analise (com ou sem ajuda profissional), de forma a conseguir uma integração psico-espiritual plena.
Sentimentos negativos exacerbados como o medo, chegando até às vezes a tornar-se pânico, e a culpa, bloqueiam totalmente essa energia, de forma a acarretar um desequilíbrio, já que deixa a pessoa insegura e fragilizada, até mesmo impotente e paralisada.


Conhecer suas falhas e aprender a como lidar com elas da melhor forma, evita a ruptura abrupta deste equilíbrio, centralizando emoções e desta forma mantendo-se em harmonia consigo mesmo, com as pessoas e o meio ambiente em volta, com isto possibilitando sempre uma renovação através de trocas energéticas.

Sincronicidade: Uma Coincidência Significativa


Carl Gustav Jung, psicanalista criador do termo sincronicidade, certamente queria dizer muito mais do que simplesmente que ocorre ao mesmo tempo, concomitante, contemporâneo, como nos explica o Dicionário da Língua Portuguesa, de Aurélio Buarque de Holanda Ferreira. Levando em consideração que devido ao seu prestígio pessoal pode vir a ser mais conhecido em todo o mundo o oráculo chinês I Ching, que responde com tal precisão as perguntas de seus consultantes, fica mais do que esclarecido que esta energia de nome sincronicidade é possível à todas as pessoas e a qualquer momento, desde que sejam seguidas as normas prescritas para assim criar o campo possível para sua manifestação.

Isto é ciência. E quer dizer que é possível estudá-la, conhecê-la, fazê-la acontecer em nossas vidas. Nossas vidas são este campo onde é possível sua compreensão. Somente nós podemos testemunhá-la, ter consciência de sua existência. A sincronicidade acontece quando estamos em um estado especial de consciência, quando há tranqüilidade interior, um momento sem ansiedades ou desejos, sem julgamentos ou emoções, um momento simples, silencioso, zen. Somente assim ela ocorre!
Quando se fica numa atitude receptiva, de aceitação, de humildade e resignação. É desta maneira que se cria o campo propício para sua manifestação. Portanto, para se poder criar condições para a realização da sincronicidade, é necessário o autoconhecimento, o único caminho possível para controlar os elementos em nós e dominar os pensamentos, as emoções e as vontades. Para ser seu único senhor, é necessário conhecer a si próprio. Na Índia, a palavra swami quer dizer isto: aquele que conhece a si.

A sincronicidade está disponível para todos, mas quanto mais o indivíduo conhece a si mesmo e equilibra suas emoções e pensamentos mais passa a dispor desta energia divina, pois, quanto mais consciência, mais Ela se manifesta. Desta forma, ela não será usada erroneamente. Ainda segundo Jung, "em algumas coincidências, a extrema improbabilidade do evento e o fantástico paralelo entre estado interior e a ocorrência extrema será sua característica mais nobre. Tais eventos sincronísticos geralmente provocam surpresa. Em outros, no entanto, pode levar muito tempo até que o significado do que aconteceu fique claro, ou pode-se perceber que o significado de um evento pode desenrolar devagar".

"Em alguns casos, o acontecimento externo ocorre primeiro e o significado subjetivo, interior, vem em seguida. Em outros, a coincidência significativa é entre uma imagem interior, como um sonho, e um acontecimento externo, subseqüente". Em todos os vários eventos sincronísticos, contudo, o princípio de ligação entre interior e exterior é o significado do acontecimento para as pessoas envolvidas. "A idéia de que um acontecimento pode ser sincronístico dá uma perspectiva diferente do fato, aprofunda a compreensão do mesmo ou intriga o suficiente para se olhar além do que aconteceu".

Para que se possa saborear desta experiência incrível, os antigos rishis da Índia Védica nos legaram um jogo/vivência de autoconhecimento chamado Maha Lila, que nos faz provar da impressionante presença da sincronicidade. Em certos momentos desta vivência lúdica, toma-se tal consciência de si mesmo que a ficha cai, acontece a luz, o insight, e aí manifesta-se infalivelmente a sincronicidade. Tudo se encaixa com precisão, e o consultante encontra o que procura de maneira incrivelmente sincronizada e aprende a fazer assim no seu dia-a-dia.

O Maha Lila Insights – que é a forma contemporânea para que possa ser compreendido – é exatamente isto: um agradável aprendizado de autoconhecimento que nos leva a realizar conscientemente a sincronicidade em nossas vidas. E, assim, nesta jornada de descobertas interiores, reconhecer o óbvio, uma lei natural da vida, que quem procura... sempre encontra!

Controle Mental: Conceito

A mente humana é a faculdade sensorial da inteligência, do mesmo modo que a visão é a faculdade sensorial dos olhos, a audição a dos ouvidos, e assim por diante. A mente parece ser o sentido-mestre da humanidade. Parece-nos que sua função precípua é captar informações coletadas e armazenadas pelos outros sentidos, nos neurônios cerebrais. É capaz de captar e imprimir informações na célula viva, quer ela esteja próxima, quer à distância.

A inteligência humana pode, através de sua vontade, sintonizar qualquer centro cerebral e trazer à consciência a informação ali armazenada. A ciência vem estudando o cérebro através de equipamentos eletrônicos. No estado de vigília os impulsos elétricos do cérebro encontra seus níveis mais elevados, superando os 14 ciclos por segundo. Durante o sono profundo, estes impulsos diminuem consideravelmente, chegando a 0,5 ou até 3,5 por segundo.
Os cientistas que investigam e estudam as ondas cerebrais dividiram-nas em 4 freqüências distintas, que são da menor a maior: DELTA, TETA ALFA E BETA.

Os cincos sentidos físicos: tato, paladar, olfato, visão e audição, estão associados com o funcionamento cerebral na freqüência BETA. O homem pode aprender a projetar sua mente, que constitui seu sentido-mestre, ao nível criativo ALFA, podendo funcionar conscientemente nesta dimensão.

O termo Psicorientologia engloba significados intrínsecos na etimologia da palavra:


1) ajudar a reabilitação da mente em seu próprio mundo interior, isto é, na sua dimensão original;

2) continuar orientando-a, dirigindo-a e educando-a em seu funcionamento nestes níveis;

3) desenvolver, controlar e incentivar suas aplicações psíquicas que compreende as sensações próprias da mente;

4) continuar a educação para um maior crescimento posterior, com vista ao desenvolvimento de suas
aplicações psíquicas.

As freqüências cerebrais, que determinam o nível ALFA possuem um conjunto completo da faculdade sensorial, tal qual ocorre na dimensão BETA. Como a humanidade deixou de usar a dimensão ALFA, constantemente necessita reaprender a funcionar nesta dimensão. Mediante as aplicações deste conceito, a mente aprende a usar seu próprio campo dos sentidos e sensações biológicas. O treinamento destas habilidades constitui a educação subjetiva.

É fato comprovado que a inteligência humana pode, voluntariamente, entrar na dimensão da freqüência ALFA. Através da Psicorientologia, podemos aprender a desenvolver controles, estabelecendo pontos de referencia para obter um funcionamento adequado dentro da dimensão subjetiva. Com o treinamento constante somos capazes de funcionar tanto na dimensão ALFA quanto em BETA, seremos humanos mais saudáveis buscando informações inatingíveis aos cincos sentidos subjetivos, que são:

CLAREVIDÊNCIA, CLARIAUDIÊNCIA, PERCEPÇÃO-EXTRA-SENSORIAL, SENSITIVIDADE e TELEPATIA.


Se a humanidade usar as duas dimensões, assim como seus conjuntos sensoriais, pode projetar o funcionamento da mente superior. A partir desta perspectiva, teremos uma bagagem maior de conhecimentos, desenvolvimento com maior sabedoria, conceberemos uma escala de valores realista e mais verdadeira.

Relaxamento


Ao final de cada dia, deveríamos fazer alguns minutos de conscientização com o intuito de fazer um planejamento e um balanço. Após, um relaxamento ajuda na descontração cerebral e física.

Pode-se alcançar esse relaxamento com exercícios físicos, como natação, corrida, caminhadas feitas com a respiração correta e melhor ainda se for feita em uma praia ou perto de montanhas, onde há maior oxigenação.

A dança, a música, um passeio, um bom livro, uma mudança de ambiente, também pode ajudar.

Existem muitas técnicas de relaxamento. Coloque uma música tranqüila e repousante, às vezes até com o exercício de relaxamento corporal, se possível com uma luz esmaecida em azul ou verde. Se quiser coloque um incenso, procurando soltar seu corpo aos poucos, entrando em contato com seu “eu interior”.

O importante é que você consiga ficar alguns minutos consigo mesmo para se reequilibrar, relaxando as tensões acumuladas durante o trabalho. Para cada um de nós, é essencial parar de vez em quando e sair da rotina.
A Inteligência Emocional

Sabe-se hoje que o conceito de inteligência não se baseia somente nos conteúdos de memória e no raciocínio, razão pela qual os testes que mediam apenas o QI falhavam muitas vezes. Eles se baseavam nas características de uma determinada população sem levar em conta as diferenças que poderiam haver em termos de idade, cultura e vivência.

Outros fatores, como a emoção, por exemplo, também afetam o desempenho das pessoas, pois eles permitem definir os traços da personalidade, marcando o desempenho não só nos testes, como também na maneira como se interage com as pessoas que nos cercam, no tipo de profissão que se deve escolher e exercer, e de que maneira fazê-lo, visto que dependendo destas características, as pessoas desempenham de maneiras diferentes a mesma função.

Usando-se técnicas especiais, pode-se ajudar a modificar algumas dessas características, como por exemplo, problemas de baixa auto-estima. Existem técnicas que podem ajudar a aumentar a auto-imagem, influenciando e modificando a visão de vida desta pessoa. Chamamos a isto de inteligência emocional, onde analisamos as diversas características da inteligência, aprendendo a conhecer a nós e aos outros, e, com isso, permitindo uma melhor avaliação de nossas possibilidades no trabalho, nos esportes, nos nossos relacionamentos e abrindo novas perspectivas em nossa vida.
Conhecendo, cada um, as suas próprias características, será mais fácil fazer planejamentos e decidir sobre os respectivos caminhos a serem seguidos. Acrescente-se a isso que com essas técnicas há uma melhora no desempenho do indivíduo a nível de mercado de trabalho, bem como a nível de relacionamento com as outras pessoas, e com o ambiente que o cerca.

Um Novo Projeto de Vida

Há poucos dias uma amiga me telefonou toda feliz e comentou a respeito de um novo projeto de vida. Fiquei feliz porque ela vivia desanimada e constatei que uma das maneiras para se evitar a depressão é que busquemos a nossa realização, aumentando a auto confiança. É importante para o ser humano que ele se sinta integrado ao meio ambiente onde mora, que se sinta útil a comunidade em que vive, ou que pelo menos saiba que alguém o considera importante, nem que esse alguém seja ele mesmo.

Cada um de nós tem que descobrir o seu próprio valor, conhecer a sua própria capacidade e saber que pode contar com ela, aprender que tem que viver consigo mesmo, com suas limitações e virtudes, sua auto estima e sua capacidade de realizar. Isso traz a auto confiança que é necessária na busca do seu próprio caminho e seu objetivo de vida.

Os jovens buscam a liberdade exatamente com este intuito, longe das asas protetoras dos pais. E, muitas vezes, torna-se necessário, ao longo da vida, com as mudanças que forem surgindo com os anos, geralmente após a aposentadoria, casamento dos filhos, etc., que retomemos novos projetos, buscando uma renovação de objetivos.

A auto confiança é um sentimento de satisfação plena consigo mesmo, o qual é alimentado por uma vida mais intensa, isto é, quando colocamos de lado nossos receios de que não somos capazes de realizar alguma coisa e assumimos nossos atos. Antes de buscar a felicidade no ambiente que nos cerca, nas outras pessoas, devemos procurá-la em nós mesmos. Façamos então o nosso próprio projeto de vida.

As Emoções: Como Funcionam e a Sua Importância

Com o sucesso dos livros que fazem correlação das emoções e da inteligência, elas ficaram muito em voga. Segundo Eric Berne, as emoções básicas são cinco e a nossa vida gira em torno delas, a saber: alegria, medo, raiva, tristeza e afeto. Elas acarretam imediatamente reações de luta ou de fuga e modificam totalmente nosso corpo, como reações à estas.

Hoje, sabemos que para termos sucesso e sermos bem sucedidos devemos dominar as emoções dentro da razão, tornando-se um aprendizado quando conseguimos controlá-la, como por exemplo, com relação à raiva, não deixando-a descambar para a violência na hora em que a sentimos. Para isso temos que nos conhecer para adquirirmos o treinamento adequado, entendendo as nuances destas e como dominá-las e usá-las da melhor maneira.

Cada um de nós já nasce com uma programação genética das emoções e elas são excludentes, pois quando sentimos raiva, por exemplo, não sentimos medo. Elas são detonadas uma de cada vez. A raiva induz os movimentos de ataque ou defesa. O medo tem movimentos de evitação ou fuga. A alegria e o afeto tem movimentos aproximativos, enquanto a tristeza induz a um cessar de movimento. O medo, a raiva e a tristeza são emoções desprazerosas, enquanto que a alegria e o afeto são prazerosas, sendo que a alegria expande o ego e o afeto leva ao prazer e ao amor e expande a alma. O medo é necessário para nos protegermos e a raiva pode ser uma energia positiva, quando é usado como reação e defesa com controle.
Finalizando, todos nós nascemos com elas e a maneira como a controlamos é que vai mostrar como somos, como interagimos com o mundo e o ambiente a nossa volta, e como vamos interagir com as outras pessoas. 

A Agressividade na Infância

Ultimamente tem havido bastante destaque na imprensa falada e escrita sobre surtos de violência que tem ocorrido nos colégios, em diversos países do mundo, inclusive no Brasil. Esta violência gratuita geralmente tem sido praticada por crianças excessivamente agressivas, contra seus colegas, sem que houvessem motivos aparentes para tanto e, chegando no limite extremo, até a ocasionar mortes.

O que vem ocorrendo? Quando se observa que a criança não consegue se concentrar e se adaptar na escola, tornando-se agressiva, isso na verdade pode ser um indício de que algo não vai bem com ela e, normalmente é um reflexo da situação que ela vivência em casa. A agressividade bem dosada é normal para que a criança aprenda a se defender e a se impor ao ambiente em que vive e se desenvolve. Ela é canalizada normalmente à medida que a criança amadurece psicologicamente. Mas quando essa agressividade se torna excessiva e aparentemente sem motivos no colégio, é bom se verificar o ambiente da criança em casa. É um indicador de que tais crianças não tem limites e, na maioria das vezes, elas se sentem negligenciadas e sem carinho dos pais. Estes muitas vezes não podem ou não são capazes de lidar com os filhos e delegam esta responsabilidade à terceiros, que podem ser empregadas que não sabem como lidar com eles, ou simplesmente colégios, que devem ser enxergados sempre como auxiliares e não substitutos da educação paterna.

Existe também o oposto que é tão nocivo ou mais que a negligência. É o caso dos pais extremamente rígidos, exigentes e violentos. A criança que é criada com tapas e castigos o tempo todo, torna-se agressiva, em represália. Ela precisa não só de um ambiente sadio, mas também saber que é amada, ser criada por pais equilibrados emocionalmente e que não lhes dêem mensagens com um duplo significado.

É importante haver incentivos positivos, isto é, elogios que enalteçam as crianças quando elas fazem as coisas de uma forma bem feita. Em suma, a criança precisa saber que é amada e que os pais se importam e se interessam por ela.

Cuidando da Criança que está Perto e Dentro de Nós

Lembrar o mundo infantil é mergulhar em nosso mundo de fantasias, de buscas, de descobertas incríveis, vasculhar o que há de mais original e espontâneo em cada um de nós. Os adultos, infelizmente, reagem diante do mundo infantil com bastante preconceito e, eu diria, até com um pouco de inveja de um tempo que não viveram plenamente. É comum encararmos esse mundo como algo em que temos doutorado, que somos experts. Estabelecemos então todas as regras necessárias para as crianças com as quais convivemos, crendo que se cumprirem cada uma delas serão felizes. Feita a programação, nós ficamos tranqüilos e com uma agradável sensação de missão cumprida. Só, por via de dúvidas, complementamos a estratégia com um reforço positivo adequado ao momento.
É isso mesmo, a maioria dos adultos trata as crianças como se elas não tivessem nenhuma sabedoria em relação ao que desejam, ao que é essencial para a vida delas. Em nosso relacionamento com elas usamos a mesma prática de condicionamento utilizada nos laboratórios de psicologia experimental e uma metodologia semelhante à utilizada nos ratinhos. Nosso objetivo é obter as respostas que achamos convenientes a partir do nosso ponto de vista. Na verdade, limitamos o seu campo da experiência e não permitimos que elas sejam crianças. É comum ouvirmos quando alguém faz uma coisa boba ser rotulada imediatamente de criança. Quando rotulamos alguém dessa forma não estamos sendo justos com as crianças. A criança não é sinônimo de gente boba, imaturidade, idiotice e irresponsabilidade. No entanto, já usamos ou já presenciamos muita gente usando o termo infantil de forma pejorativa.

Urge que cada um de nós possa usar de sensibilidade para descobrir o quanto ainda resta da beleza do mundo infantil em nossas mentes e corações. Na verdade, um monte de coisas essenciais que nós esquecemos de colocar em nossos projetos. Saint-Exupéry nos traz um grande desafio em sua obra "O Pequeno Príncipe". Ele quer que percebamos nossa grande facilidade em distorcer os valores da infância: "as pessoas grandes só se interessam por números." Não sabemos ver o carneiro que está além da caixa e é exatamente isso que nos envelhece - a perda da nossa capacidade de imaginar e de fazer com que os nossos sonhos aconteçam diante dos nossos olhos. A imaginação nos torna mais criativos e capazes de cavalgar nossos sonhos, mesmo assim a abandonamos pela maturidade do adulto e nos distanciamos do que realmente desejamos em nossa realidade.

Seria muito bom se reservássemos alguns momentos para identificar os valores da infância que ainda insistem em nos habitar. Somos transparentes em nossas relações? Ainda temos a insaciável sede de descobrir coisas novas ao nosso redor? Valorizamos imensamente as nossas amizades e o momento de estar com o outro? Uma criança deixa tudo, esquece tudo para reservar um tempo para seus amigos. O adulto vai esquecendo aos poucos esse valor, substituindo-o pelos compromissos que lhe possibilitam acumular bens. Tornamo-nos seres sem tempo e mais um valor vai por água abaixo: o de cativar, criar laços afetivos, pois é impossível conhecer, se aproximar e ser presença sem que haja a disponibilidade necessária.

Junto com esses e outros valores vamos desprezando as pedras preciosas do mundo infantil e deixando de ver as coisas com o coração. Enfim, deixamos de perceber que "o essencial é invisível aos olhos". Sabe o que estamos presenciando às margens do terceiro milênio? Mais e mais crianças sendo moldadas e convertidas em adultos sem direito à regressão. Não estamos permitindo que a criança tenha uma vida plena, que ela possa ser. Carl Rogers, psicólogo que nos propõe a abordagem centrada na pessoa, ficaria furioso se pudesse constatar o que as sociedades atuais fazem com suas crianças. A começar pelos meios de comunicação que impõem à nova geração perfis de adultos-marionetes e seres dançantes erotizados. E nós, adultos, reforçamos cada parágrafo desse roteiro maquiavélico.

Achamos o máximo, a ponto de reunir um grande grupo para ver nossas crianças imitando os artistas que estão em alta nas telinhas. Não queremos fazer aqui uma crítica à beleza do corpo, ao erotismo ou à sensualidade. Todas essas coisas também são valores e são indispensáveis à construção do nosso eu em sua totalidade. Desejamos detectar quais valores da infância foram abandonados para se viver o papel de um adulto e o que representam essas coisas para a identidade da criança. Quando a criança vive simplesmente um estereótipo deixa de construir sua própria experiência e passa a reproduzir unicamente a experiência do adulto, perdendo aos poucos a consciência de suas próprias necessidades.

A criança que faz da sua vida uma constante reprodução da vida adulta exclui a oportunidade de viver plenamente o seu momento infantil. Essa criança vai perdendo cada vez mais a confiança que deveria ter em si mesma e em suas reações organísmicas. Tudo isso é uma pena, porque num projeto como esse não está incluído a possibilidade do novo e uma pessoa não pode afirmar que vive plenamente se não consegue experimentar a liberdade e a sua capacidade criativa.

Estamos crescendo, deixando de ser criança e esquecendo o nosso ser criança. Será que estamos crescendo mesmo? O doloroso não é constatarmos as mudanças físicas, o surgimento de rugas ou que já não acreditamos mais em Papai Noel, em fadas madrinhas e outras coisas do mundo da fantasia. O grande mal é constatarmos a perda da esperança, da transparência, da espontaneidade, da originalidade, da sensibilidade e da crença no potencial do amor em nossas vidas. Aí, amigos, podemos dizer com todas as letras: estamos ficando velhos!

Prevenir, portanto, ainda é melhor que remediar. Se tentarmos a experiência de tocar com carinho a criança que está perto de nós ou a que está dentro de nós, lhe dirigirmos palavras de quem acredita em suas potencialidades e olharmos bem dentro dos olhos dela, veremos que o melhor presente que ela nos pede é a possibilidade de viver plenamente o seu tempo e diante de todas as exigências de uma sociedade adulta, simplesmente ser criança.
Rir e Sorrir Como Terapia

Todos já ouviram dizer que “rir é o melhor remédio”, ou “quem sorri, seus males espanta”. Isto não é só um ditado popular. O riso e o sorriso ativam e desencadeiam a liberação e produção de endorfinas que são conhecidas como os hormônios da felicidade e da longevidade. O riso é bom para o físico, para a psique e para a alma.

Procurar ser feliz é cultivar suas qualidades e suas virtudes, é cultivar bons pensamentos, tentando manter-se positivo, cercar-se de pessoas positivas, é trazer a alegria do seu interior e espalha-la à sua volta. A alegria está presente no apreciar pequenas coisas da vida, ver que nos detalhes e na simplicidade poderemos encontrar algo especial, como observar uma linda flor ou um pôr do sol bonito, no amor a outra pessoa, no dar e receber.

Para tudo isto é muito importante a auto-estima, pois primeiro temos que nos amarmos e sentirmos equilibrados com nós mesmos para podermos então apreciar a vida e encará-la como um aprendizado visando um crescimento e uma evolução. Viva intensamente o momento presente e aproveite o dom da vida. Cante, dance, viaje, trabalhe, cresça, evolua, viva com muito amor, não só a você como irradie este amor a sua volta. E sorria.

A Importância da Parte no Todo

“Quando um barco é surpreendido por uma tempestade, o mais provável é que ele afunde se os passageiros entrarem em pânico. Mas se uma só pessoa permanecer lúcida, calma e consciente, ela sozinha poderá ajudar os outros, e todos sobreviverão ao perigo”. Isto significa que cada um de nós pode ser esta pessoa e fazer a diferença e para isso torna-se necessário que possamos fazer o melhor possível dentro da nossa capacidade, que tomemos consciência de que se cada um de nós puder somente fazer a sua parte perante a sua família e o seu trabalho da melhor maneira que puder, isso já será meio caminho andado para ele resolver a sua vida de uma forma plena e racional.
Cada um de nós faz parte de um todo e, como tal, tem também sua parcela de responsabilidade neste todo; uma coisa reflete na outra, se cada qual fizer a sua parte conscientemente, chegaremos muito mais rápido às soluções dos problemas, conseguindo resolver as crises e obstáculos que forem aparecendo. É nas crises que se conhecem as pessoas.

Para cada pessoa existe um caminho a percorrer, cabendo a nós mesmos descobri-lo, procurando manter acesa a chama que existe dentro de cada um de nós. A vida só tem sentido quando vivemos todos os momentos de uma forma plena, cuidando do nosso corpo e mente, e colocando o nosso coração e a nossa alma em tudo que fazemos.

Quando as pessoas conseguirem compreender que basta cada um fazer apenas a sua parte, poderemos ter uma vida melhor, sermos mais felizes e o homem terá finalmente paz

O Relacionamento de Casais

Num belo dia, dois jovens encontram-se e olhares são trocados, algo diferente acontece, uma troca de energia os atrai, conversam e vêem que existem pontos em comum e aos poucos vão descobrindo que não conseguem viver um sem o outro. Descobrem enfim, que estão apaixonados. Casam-se, tudo é lindo, especial e resolvem ter filhos.
Aos poucos começam a sair do sonho e sentem que a realidade é diferente. Surgem como sempre acontece na vida os problemas, as contas, a rotina, começam a ver as suas divergências e as brigas e discussões se sucedem. De repente, você sente que algo mudou, foram eles que mudaram ou a vida? Não existe mais aquela magia. Porque? Os carinhos se transformaram em brigas, brigam por tudo, parece mais uma disputa pelo poder.

O que falta? Diálogo e atenção. Uma relação só sobrevive se as pessoas não deixarem as mágoas e os problemas aumentarem e se houver interesses em comum, se ambos estiverem dispostos a cederem alguns pontos divergentes também. Tanto para um quanto para o outro é importante saber que o outro se interessa pelo que ele faz, a sua vida, as coisas que ele conta. Todos gostam de atenção. As vezes, pequenos gestos, até mesmo feito de surpresa, pesa muito numa relação. Um gesto de escutar as coisas que o outro tem a dizer, educar os filhos sempre juntos, enfim participarem e dividirem tudo até os problemas, compartilhar as coisas boas e ruins, inclusive as doenças físicas e morais que surgirem, apoiar os projetos e construírem juntos uma estória.

Uma relação constrói-se todos os dias, sendo feita de pequenos detalhes e gestos. É saber transformar a rotina numa festa e numa aventura. E principalmente, o lembrar-se que “você se torna eternamente responsável por tudo aquilo que cativa”. O amor é feito de riscos, coragem, responsabilidades, dar e receber.

Regressão de Memória: O Medo

Os medos quando não são dissolvidos permanecem ativos pela vida afora, e acumulativos podem levar ao estresse, dificultando o cotidiano das pessoas. Existem alguns exercícios de regressão de memória para desativar os medos da infância que ainda permanecem no presente.

Comece deitando-se num local confortável e coloque uma música suave para ajudar o relaxamento. Solte os músculos de seu corpo e observe a sua respiração, tornando-a profunda e serena. Em seguida crie uma tela mental e deixe projetar-se sobre ela uma a um, os seus maiores medos da infância. Procure lembrar-se como eram os momentos que antecediam o seu sono. Era agradável dormir? Tinha medo do escuro? Tinha medo de desagradar alguém? Como reagia diante dos castigos? Havia algum grande problema na família? Alcoolismo? Violência? Abandono? Falta de dinheiro para sobrevivência? Com quem você dividia seus medos? Falava com seus pais, algum parente ou amigo? Caso contrário, o que lhe impediu de fazê-lo? Procure lembrar-se dos detalhes e observe o que ainda existe desse comportamento em você. O que aconteceria se você tivesse falado de seus medos?

Tomar consciência dos medos do passado ajuda a enfrentar os medos do presente e evita que se repita um padrão de comportamento negativo. Depois do exercício, complete imaginando uma bolha de luz azul envolvendo você da cabeça aos pés. Em seguida, um ponto de luz dourado pairando sobre a sua cabeça e irradiando-se a sua volta.

Ambientes Harmoniosos

Sabemos que para um bom desempenho, a pessoa precisa não só ter um bom raciocínio, mas também, estar equilibrada no plano emocional, seja ela um aluno, um empregado de uma empresa ou um profissional.Sabemos também que um trabalho feito de forma a avaliar e a desenvolver determinadas características podem ajudar e muito.
As emoções e a maneira como lidamos com elas interferem diretamente na maneira como encaramos o mundo e o ambiente a nossa volta, sendo que o contrário também ocorre, ou seja, interferem na forma como as outras pessoas nos enxergam. Há um reflexo não só na maneira como lidamos com as pessoas com as quais nos relacionamos, mas também, nas escolhas dos parceiros e amigos, e, até, na escolha de nossa profissão.

Há empresas que sabendo da importância desses fatores, usam diversos recursos visando a relaxar os empregados, tais como música, jogos e exercícios de alongamentos, visando a diminuir o estresse nos empregados. Às vezes as empresas usam rodízios de tarefas e novos escalonamentos de funcionários, diminuindo o cansaço e a insatisfação, aumentando dessa forma a produtividade.

Também nas clínicas e consultórios mais modernos, são usadas cores e decorações que propiciem um ambiente mais sereno ocasionando um relaxamento dos clientes. Sabendo da importância do ambiente no controle das nossas emoções, vamos transformar a nossa casa num lar aconchegante e harmonioso.

Teorias Organísmicas da Personalidade Humana


Desde que René Descartes estabeleceu seu método de análise como um instrumento cientificamente eficaz no estudo dos fenômenos físicos e humanos, exaltando o reducionismo e as relações causais entre as partes que constituem um todo complexo, no século XVII, e postulou uma divisão estrita entre corpo e mente - ou entre a res extensa e a res cogitans -, ...que as diversas disciplinas acadêmicas tentam se adaptar a um esquema cartesiano de explicação dos diversos fenômenos a que se dedicam. Assim sendo, na esteira da tradição biomédica, a Psicologia foi, desde Wundt, moldada como uma disciplina voltada para a análise do comportamento humano de acordo com preceitos acdemicamente aceitos de reducionismo e mecanicismo. Tal bagagem referencial vem dificultando o entendimento das relações complementares e a maneira como a mente e o corpo interagem. Wundt, que é considerado o pai da Psicologia experimental moderna, seguindo a tradição empírica tão cara ao século XIX - tradição esta que advém dos enormes sucessos da Física Clássica de Issac Newton, que, por seu turno, foi precedida pela preparação de uma filosofia racionalista apropriada e em grande parte desenvolvida por René Descartes - estabeleceu uma orientação atômica ou elementarista dos processos mentais, a qual sustentava que todo o funcionamento do nosso psiquismo poderia ser analisado em elementos básicos, elementares e indivisíveis ( como os átomos elementares e indivisíveis que constituiriam o universo mecânico imaginado por Newton), e que seriam os tijolos constituintes das nossas sensações, sentimentos, memória, etc.

Esta abordagem reducionista e mecanicista, muito simplória para dar conta de toda a imensa e complexa riqueza do psiquismo humano, logo suscitaram uma forte oposição entre muitos psicólogos e filósofos europeus, que não aceitavam a natureza extremamente fragmentária da psicologia de Wundt. Estes críticos europeus enfatizavam uma compreensão unitária entre a cônsciência e a percepção, e, em parte, de sua interelação com o organismo como um todo. Esta pioneira abordagem holística em Psicologia deu origem a uma importante escola na Alemanha: a Gestalt.

A Psicologia da Gestalt


Formulada entre fins do século passado e início do nosso século, a Psicologia dos Padrões de Totalidade ou de Totalidades Significativas(Gestalten, em alemão) surgiu como um protesto contra a tentativa de se compreender a experiência psíquico-emocional através de uma análise atomística-mecanicista tal como era proposto por Wundt - análise esta no qual os elementos de uma experiência são reduzidos aos seus componentes mais simples, sendo que cada um destes componentes são peças estudadas sioladamente dos outros, ou seja, a experiência é entendida como a soma das propriedades das partes que a constituiriam, assim como um relógio é constituído de peças isoladas. A principal caraterística da abordagem mecanicista é, pois, a de que a totalidade pode ser entendida a partir das características de suas partes constituivas. Porém, para os psicólogos da Gestalt, a totalidade possui características muito particulares que vão muito além da mera soma de suas partes constitutivas. Como exemplo, poderíamos tomar uma fotografia de jornal é que constituída por inúmeros pontinhos negros espalhados numa área da folha de jornal. Nenhum desses pontinhos, isoladamente, pode nos dizer coisa alguma sobre a fotografia. Apenas quando tomamos a totalidade da figura, é que percebemos a sua significação. 
A própria palavra Gestalt significa uma disposição ou configuração de partes que, juntas, constituem um novo sistema, um todo significativo. Sendo assim, o princípio fundamental da abordagem gestáltica é a de que as partes nunca podem proporcionar uma real compreensão do todo, que emerge desta configuração de interações e interdependências de partes constituintes. O todo se fragmenta em meras partes e/ou deixa de ter um significado quando é analisado ou dissecado, ou seja, deixa de ser um todo. Esta escola teve como principais expoentes Max Wertheimer, Wolfgang Kohler e Kurt Koffka. Posteriormente, Kurt Lewin elaboraria uma teoria da personalidade com base na compreensão gestáltica da totalidade significativa, onde se estipula que o comportamento do indivíduo é a resultante da configuração de elementos internos num "espaço vital", que é a totalidade da experiência vivencial do indivíduo num dado momento ( ou seja, todo o conjunto de experiências que se faz sentir num dado momento, de acordo com a percepção/interpretação do indivíduo ). Estas idéias foram, em parte, adotadas por Carl Rogers em sua teoria da personalidade, conhecida como Abordagem Centrada na Pessoa já que é o cliente que dirige o andamento do processo psicoterapêutico, trazendo e vivenciando o material pessoal exposto nas sessões. Já o psicoterapeuta Frederick S. Perls desenvolveria uma corrente de psicoterapia baseada nos fundamentos da escola da gestalt, pondo em prática uma ação terapêutica voltada aos padrões vivenciais significativos do indivíduo. Esta corrente é conhecida como Gestalt-Terapia.

A Psicologia Organísmica de Kurt Goldstein

Jan Smuts, militar e estadista inglês, que se tornou uma figura importante na história da África do Sul, é frequentemente reconhecido e citado como o grande pioneiro e precursor filosófico da moderna teoria organísmica ou holística do século XX. Seu livro seminal intitulado Holism and Evolution, de 1926, exerceu uma grande influência sobre vários cientistas e pensadores, muito embora, na época de seu lançamento, tenha passado quase despercebido da elite intelectual da primeira metada do século, tendo só aos poucos ganhando seu merecido espaço nos meios acadêmicos e filosóficos, principalmente graças ao impacto que exerceu em pensadores e teóricos do porte de um Alfred Adler, famoso teórico da personalidade e discípulo dissidente de Sigmundo Freud; ou de um Adolf Meyer, psicobiólogo; ou na recente e menos mecanicista linha médica, dentro da alopatia, chamada de psicossomática, etc. Smuts cunhou o termo holismo da raiz grega holos, que significa todo, inteiro, completo. Mas as verdadeiras bases da concepção holística, ou do pensamento holístico, vêm verdadeiramente de muito antes, desde Heráclito, Pitágoras, Aristóteles e Plotino até Spinoza, Goethe, Schelling, Flammarion e Willian James (Hall e Lindzey, 1978; Crema, 1988; Guimarães, 1996).

Um dos maiores expoentes do pensamento holístico em psicologia e em psiquiatria é Kurt Goldstein. Ele formulou a sua teoria holística da psique a partir de seus estudos e observações clínicas realizados em soldados lesionados no cérebro durante a I Guerra Mundial, e de estudos sobre distúrbios de linguagem. Deste leque de observações, Goldstein chegou à conclusão (hoje mais ou menos óbvia) de que um determinado sintoma patológico não pode ser compreendido ou reduzido a uma mera lesão orgânica localizada, mas como tendo características e/ou fortes reforços ou abrandamentos do organismo como um todo, como um conjunto integrado, como um holos e não como um conjunto de partes mais ou menos independentes.

Segundo Goldstein, o corpo e a mente não podem ser vistos como entidades separadas, tais como separamos o software do hardware, pois ambos só se expressam na conjunção, na união e íntima conexão de ambos. O organismo é uma só unidade e o que ocorre em uma parte afeta o todo, como já era reconhecido pela da medicina Homeopática e pelas artes da cura não ocidentais, como na medicina chinesa, e na sabedoria das tradições populares e xamanísticas de povos ditos "primitvos" (Capra, 1986; Eliade, 1997; Guimarães, 1996).

Qualquer fenômeno, quer seja positivo ou não, se passa tanto ao nível fisiológico quanto psicológico, ou seja, se passa sempre no contexto do organismo como um todo, a menos que se tenha isolado artificialmente este contexto, como se fez nas ciências e nos meios acadêmicos desde Descartes, com as esferas da Res Cogitans, que é a esfera do mental, e da Res Extensa ou a esfera do físico, e a ramificação entre ciências naturais e ciências humanas. Ora, não existe real diferencianção (no sentido de mensuração) entre estes dois ramos. Assim, qualquer redução ou caracterização em um ou outro destes critérios (físico e mental) é um isolamento artificial e, conseqüentemente, parcial.
As leis do organismo são as leis de uma totalidade dinâmica, que harmoniza as "diferentes" partes que constituem esta totalidade. Portanto, é necessário descobrir as leis pelas quais o organimso inteiro funciona, para que se possa compreender a função de qualquer de seus componentes, e não o inverso, como se tem feito até hoje (Hall e Lindzey, 1978). É este o princípio básico da teoria organísmica ou holística em saúde, principalmente em Psicologia.

Goldstein acreditava que os sintomas patológicos eram uma interferência do meio sobre a organização do todo, ou eram, em menor grau, consequencias de anomalias internas. Mas, de qualquer forma, a tendência intrínseca ao equilibrio dinâmico poderia levar o indivíduo a se adpatar à nova realidade, desde existam os meios que sejam apropriados para isso. Assim, Goldstein via em todo o ser vivo uma tendência de auto-realização que significaria uma esforço constante para a realização das potencialidades inerentes dos seres vivos, mesmo que haja um meio ostil. É assim que, mesmo em abientes não propícios, vemos nascerem plantas que, mal grado, não consigam se desenvolver totalmente, mesmo assim teimam em nascer, mesmo que venhma a morrer ou a se atrofiarem em breve, mas a ânsia de viver é mais forte. Esta idéia de auto-realização ou de auto-atualização foi, posteriomente, adotada por teóricos vários, desde Carl Rogers até biólogos, como Maturana.

Andras Angyal e o conceito de Biosfera

Assim como Goldstein, Andras Angyal, húngaro naturalizado americano, não poderia conceber uma ciência que não fosse holística, alcançando a pessoa e a vida como um todo. Mas, ao contrário de Goldstein, Angyal não podia admitir numa distinção entre o organismo e o meio-ambiente, assim como um físico relativista não pode acreditar numa sepação rígida entre matéria e energia. Angyal afirma que organismo e meio ambiente se interpenetam de uma forma tão complexa que qualquer tentativa para separá-lo expressa uma visão mecanicista do mundo que destrói a unidade natural de todas as coisas (unidade sutil, é verdade, mas bem visível na interdependência bio-ecológica e social de todos os seres vivos), o que cria uma diferenciação artificial e patológica entre o organismo e o meio (Hall e Lindzey, 1978; Capra, 1986), o que estimula todo o tipo de crime social e ecológico que vemos em nosso século. Se, na história da humanidade, houve grandes catrofes naturais e grandes genocídios através da mão humana em nome da religião, por exempo, mesmo assim nunca se matou tanto como em nossos dias, em nome de uma concepção de mundo mecanicista- racionalista e capitalista, onde tudo foi separado de tudo, e os seres vivos são vistos como máquinas e nada mais.

Angyal criou o termo biosfera para traduzir uma concepção holística ou ecológica que compreenda o indvíduo e o meio "não como partes em interação, não como constituintes que tenham uma existência independente dos demais, como peças de um relógio, mas como aspectos de uma mesma realidade, que só podem ser separados realizando-se uma abstração" (Angyal, cit. em Hall e Lindzey, 1978, p. 43).

A biosfera, portanto, em seu sentido mais amplo seria mais ou menos como a atual conceção de Gaia, ou da Terra viva. A biosfera pode ser vista em vários níveis, inclusive no nível humano, onde um indíviduo constitui uma biosfera particular em relação ao seu conjunto orgânico e psíquico, assim como uma sociedade, etc. Assim, a Biosfera inclui tanto os processos somáticos quanto os psicológicos (individuais e coletivos) e os sociais, que podem ser estudados assim, separadamente, mas só até certo ponto.

Segundo Hall e Lindzey (1978), embora seja a Biosfera um todo indivisível, ela é composta e organizada por sistemas estruturalmente articulados. A tarefa do cientista seria, assim, de identificar as linhas de demarcação determinadas na biosfera pela estutura antural do todo em si mesmo. Assim, um homem se diferencia de outro homem, mas ambos possuem características que nos permitem classificá-los como homens e não como peixes, etc.

O organismo individual, um sujeito, portanto, constitui um pólo da biosfera, e o meio ambiente, natural e social, o outro polo. Toda a dinâmica essencial da vida está fundanda na interação entre estes dois pólos. Angyal postula que não são os processos de um ou de outo que determinam ou refletem a realidade, mas a interação contínua de ambos. Assim, a vida como um todo unitário nos daria uma nova visão e a possiblidade de percebermos fenômenos e detalhes que nos escapam no estudo polar de ambos os níveis da realidade.

Fonte

Nenhum comentário:

Postar um comentário