quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Simbologia

O termo símbolo, com origem no grego σύμβολον (sýmbolon), designa um elemento representativo que está (realidade visível) em lugar de algo (realidade invisível) que tanto pode ser um objeto como um conceito ou idéia, determinada quantidade ou qualidade. O "símbolo" é um elemento essencial no processo de comunicação, encontrando-se difundido pelo cotidiano e pelas mais variadas vertentes do saber humano. Embora existam símbolos que são reconhecidos internacionalmente, outros só são compreendidos dentro de um determinado grupo ou contexto (religioso, cultural, etc.).Ele intensifica a relação com o transcendente. Também pode ser uma palavra ou imagem que designa outro objecto ou qualidade por ter com estes uma relação de semelhança, até mesmo uma representação sonora ou visual.

Abaixo, alguns dos símbolos mais conhecidos:

Cruz Ansata

Ansata ou Ankh é uma cruz egípcia, considerada como o símbolo da continuidade da vida, da eternidade, da imortalidade e da vida após a morte.Um dos símbolos mais importantes da tradição egípcia, ela é encontrada a partir da quinta dinastia egípcia, mais freqüentemente nos templos de Luxor Medinet Habu, Hatshepsut, Karnak e Edfu.
O Ankh pode ser encontrado no túmulo de Amenhotep II onde o deus egípcio Osíris entrega ao faraó a Ankh, que o concederia o controle sobre o principio dos ciclos naturais, conquistando assim o dom da imortalidade. No século XIX a cruz ansata foi adotada por correntes esotéricas e ocultistas do ocidente, como forma de resgate da tradição egípcia.

A Cruz é constituída por um círculo entrelaçado a duas pontas opostas, simbolizando a unidade (círculo) originária da síntese dos opostos(duas retas), ou o nascimento da dualidade a partir de uma unidade fundamental. Outros estudiosos acreditam que seu símbolo esteja associado a Isis e Osíris, sendo a cruz uma representação da união entre ambos.
Em sociedades esotéricas o Ankh também foi usado como símbolo da imortalidade e da vida eterna. A Ordem Rosacruz adotou a cruz ansata como representante da união do céu e da terra e da permanência da Tradição Egípcia entre os rosacruzes modernos. Os Ocultistas afirmam que a Cruz Ansata encerra um simbolismo muito profundo no Esoterismo.

Asclépio

O Bordão ou Caduceu de Esculápio ou Asclépio é um símbolo antigo, relacionado com a astrologia e com a cura dos doentes através da medicina. Consiste de um bastão envolvido por uma serpente. Esculápio (em latim: Aesculapius) era o deus romano da medicina e da cura. Foi herdado diretamente da mitologia grega, na qual tinha as mesmas propriedades mas um nome sutilmente diferente: Asclépio (em grego: Ἀσκληπιός, transl. Asklēpiós).

 Caduceu de Hermes

O Caduceu de Hermes, historicamente, não apareceu com Hermes, e é documentado entre os babilônios desde cerca de 3.500 a.C. As duas serpentes enroladas em torno de um bastão eram um símbolo do deus Ningishzida, que servia como um mediador entre os homens e deusa-mãe Ishtar ou o supremo, Ningirsu. Tinha o poder de fazer as pessoas dormirem ou acordarem, e também fazia a paz entre litigantes, além de ser um sinal visível de sua autoridade, usado como um cetro. Era representado nas entradas das casas possivelmente como um amuleto de boa fortuna, ou como um símbolo purificador. Foi adotado no Brasil como símbolo das Ciências Contábeis, por ser associado ao comércio.

Khanda

Khanda é o símbolo mais importante da religião Sikh. Ele é a junção de quatro armas: 
Ao centro, uma espada de dois gumes chamada Khanda, da qual deriva o nome de todo o símbolo. Representa o poder criativo de Deus que controla o universo. Em torno do Khanda encontra-se uma arma denominada Chakkar. Apresenta uma forma circular pelo que simboliza a eternidade e a perfeição de Deus. Em ambos os lados, duas espadas de forma curva chamadas Kirpans. A espada que se encontra no lado esquerdo representa o poder espiritual (piri) e a do lado direito o poder temporal (miri). 
Faravahar
Faravahar (ou Ferohar, Foroohar e ainda Forouhar), representação da alma humana antes do nascimento e depois da morte, é um dos símbolos mais conhecidos do Zoroastrismo.





Olho de Horus

Olho de Hórus,  'Udyat' ou ainda Olho de Rá é um símbolo, proveniente do Egito Antigo, que significa Poder e Morte, relacionado à divindade Hórus. Também relaciona-se à trindade egípcia Rá, Osíris e Hórus. Era um dos mais poderosos e mais usados amuletos no Egito em todas as épocas. Hoje em dia, o Olho de Horus adquiriu também outro significado e é usado para evitar o mal e espantar inveja (mau-olhado), mas continua com a idéia de trazer proteção, vigor e saúde. O olho original é o esquerdo, que foi ferido pelo deus Seth. O esquerdo relaciona-se à Lua, ao feminino, ao passivo, yin. E o direito relaciona-se com o Sol, o masculino, ao ativo, yang.

Hexagrama
Este hexagrama de dois triângulos entrelaçados simboliza a alma humana. Simboliza os processos de involução e evolução. O triângulo que aponta para baixo, apresenta a involução da energia divina que desce às formas mais boçais, ao passo que o triângulo voltado para cima indica a ascensão dos seres quer entendem a se divinizar cada vez mais. É símbolo usado como amuleto para dar sorte; representa o casamento perfeito entre masculino e feminino, compreensão entre sexos. A Estrela de Davi diferencia-se, como símbolo do Judaísmo, por ser formada por dois triângulos sobrepostos. 

Triquetra

Triquetra é um simbolo originário das tradições Celtas, ele representa as três faces da Grande Mãe, a energia criadora do universo, cujas três faces são a Virgem, a Mãe e a Anciã. Também representava as estações do ano, que antigamente era dividido em três fases, primavera, verão e inverno. Era um simbolo muito comum na civilização Celta devido o seu enorme poder de proteção. Encontrado inscrito em pedras, capacetes e armaduras de guerra, era interpretado como a interconexão e interpenetração dos níveis Físico, Mental e Espiritual. Associado atualmente com a Wicca. Foi plagiado pelos Cristãos, para representar a Santíssima Trindade.

Pentáculo
Pentáculo (um pentagrama inscrito num círculo), é um símbolo há muito tempo associado à Magia e ao Ocultismo, ocupando papel de destaque na Wicca, ou Bruxaria Moderna. Os significados do pentagrama são muitos, dependendo da tradição:
Pode simbolizar a união dos Quatro Elementos (Terra, Água, Fogo e Ar) ao Quinto Elemento, a Quintessência, ou Princípio Vital;Simbolizaria também o ser humano, com os dois pés as pontas inferiores) plantados no solo, os braços abertos em louvor (as pontas intermediárias) e a cabeça voltada ao céu (a ponta superior). Com duas pontas viradas para baixo, é usado por satanistas como "a matéria dominando o espírito", mas esta é uma interpretação errônea, sendo na verdade representação do Deus Cornudo da Bruxaria


Triskle
O Triskle é uma variação do Triquetra, tendo basicamente o mesmo significado.


Triluna


Este símbolo é conhecido como Tríplice Lunar ou Triluna. Representa a Deusa em suas três faces (ou fases): Donzela - Mãe - Anciã. É também ligado a Deusa Brighid. 

Cruz Solar

A Cruz Solar é provavelmente o símbolo espiritual o mais antigo no mundo, aparecendo na arte religiosa asiática, americana, européia, e indiana. Representa o calendário solar e seus movimentos, marcados pelos solstícios e equinócios.
No Norte da Europa esta cruz é conhecida como a Cruz de Odin e de Wodan. É freqüentemente usada como um emblema dos Asatrus (Religião que cultua o Panteão Aesir, de deuses nórdicos). No budismo ela é conhecida como a roda da Vida, a roda de Samsara, (perambulação) que determina o fluxo incessante de renascimentos através dos mundos.

Cornucópia



A Cornucópia é um antigo símbolo da fertilidade e riqueza. Hoje, simboliza a agricultura e o comércio. Miticamente relacionado a infância de Júpiter, o chifre da cabra Amalteia é símbolo de abundância, plenitude e prosperidade. O próprio chifre é um símbolo fálico, representante do sagrado masculino. Um dos símbolos mais utilizados na representação do Deus nas religiões pagãs e neopagãs. Entretanto, seu interior simboliza o útero - representado assim a Deusa - quando cheio alimentos que simbolizem a generosidade da terra fértil, representando o sagrado feminino.

Om

Om ou Aum é o símbolo mais importante do Hinduísmo, é um som sagrado e considerado o maior de todos os mantras. A sílaba Om é composta por três sons a-u-m. Ele representa as mais importantes trindades:
- Os 3 mundos : terra, atmosfera e céu.
- Os 3 maiores deuses hindus: Brahma, Shiva e Vishnu
- As 3 escrituras sagradas dos Vedas: Rig, Yajur e Sama.


Trishula 

Trishula é a arma usada pela deusa hinduísta Shiva. Por ser um tridente, cada ponta de sua lança tem seu significado, sendo diretamente relacionadas com as três qualidades da matéria: Tamas (a inércia ou a existência), Rajas (o movimento ou firmamento) e Sattva (o equilíbrio ou trevas). Ainda pode ser representado como o passado, presente e o futuro, visto que Shiva domina a naja, serpente mais mortifera de todas, dando assim, potencial de imortalidade.

Martelo de Thor

Martelo de Thor ou Mjölnir, é o martelo do deus nórdico Thor , um deus principal associado com o trovão. O Mjölnir é tão pesado que só Thor, com sua força gigantesca e usando o cinto Megingjard consiga levantá-lo. O martelo também é o símbolo da força para os nórdicos, e se acredita que quem carrega um consigo terá força e boa sorte.


Suástica 

Suástica é um antigo símbolo religioso formado pela cruz grega com braços em ângulos retos. Antes de ter sido adotada pelo nazismo, a suástica era um símbolo sagrado de boa sorte e de saúde na Europa pré-cristã e em muitas outras culturas pagãs em todo mundo, incluindo as orientais, egípcias e tribais das Américas. A palavra suástica origina-se do sânscrito (svastika) que significa "um sinal de boa sorte". Existem milhares de símbolos da suástica pelo mundo e o mais antigo de todos data do ano 12.000 a.C.


Yin Yang

Yin Yang é, na filosofia chinesa, uma representação do principio da dualidade de yin e yang, o conceito tem sua origem no Tao (ou Dao), base da filosofia e metafísica da cultura daquele país. Segundo este princípio, duas forças complementares compõem tudo que existe, e do equilíbrio dinâmico entre elas surge todo movimento e mutação. Essas forças são:Yang: o princípio ativo, diurno, luminoso, quente, masculino.
Yin: o princípio passivo, noturno, escuro, frio, feminino.


Cruz de Malta

A Cruz de Malta ou Cruz de São João é identificada como o símbolo do guerreiro cristão. Emblema dos Cavaleiros de São João, que foram levados pelos turcos para a ilha de Malta. A força de seu significado vem de suas oito pontas, que expressam as forças centrípetas do espírito e a regeneração. Até hoje a Cruz de Malta é muito utilizada em condecorações militares.


 Cruz Pátea

A Cruz Pátea, mais do que uma cruz específica, é uma categoria de cruzes caracterizadas por terem pontas mais amplas no seu perímetro do que no centro. Na configuração mais conhecida, com as bordas das pontas côncavas. Uma variação dela foi adotada pela Ordem de Cristo, nome pelo qual os Templários passaram a ser reconhecidos a partir de 1315.
Islã

O símbolo do Islã é a Lua Crescente com uma Estrela. Tal símbolo pode ser observado em branco na bandeira vermelha da Turquia, fato explicável, se levar-se em consideração que cerca de 99% da população turca pertence ao Islamismo. É um símbolo de poder e também da divindade feminina lunar (antiga religião pagã que dominava a Arábia Saudita reverenciava a Deusa Lunar).
 
Flor-de-Lótus

A Flor-de-Lótus é o principal símbolo da religião indiana Ayyavazhi, fundada no século XIX. A Flor-de-Lótus está presente no Sahasrara (também chamado de chacra da coroa), o 7º e mais importante dos chacras que situa-se no alto da cabeça da pessoa e se relaciona com o padrão de energia global dessa pessoa. Esse chacra é originado na tradição hindu mas, como vários outros elemento do hinduísmo, foi adotado por outras religiões.



Septagrama

O Septagrama ou estrela sete pontas é um símbolo de integração e o místico devido a seus elos com o número sete. É associado com as sete planetas da astrologia clássica e a outros sistemas de sete, tal como o chakras do Hinduismo.

Valknut 

O Valknut é o símbolo do Ásatrú, religião instituída na década de 1960. O Valknut é formado por três triângulos entrelaçados entre si e representa o poder do deus Odin. O Ásatrú tenta reviver a antiga mitologia nórdica. O Valknut já era usado pelos antigos Vikings como símbolo religioso, pois é visto em muitos documentos antigos.



Ouroboros


Ouroboros (ou oroboro ou ainda uróboro) é um símbolo representado por uma serpente, ou um dragão, que morde a própria cauda. É um símbolo para a eternidade. É possível que o símbolo matemático de infinito tenha tido sua origem a partir desta imagem.
o Ouroboros simboliza o ciclo da evolução voltando-se sobre si mesmo. O símbolo contém as ideias de movimento, continuidade, auto fecundação e, em consequência, eterno retorno.


Crucifixo da Serpente
 
O Crucifixo da Serpente ou A Serpente Crucificada (ou ainda, A Cruz de Nicolas Flamel, embora seja mais antiga que o próprio Flamel), ao que me consta é um Selo-Chave, que comporta um significado profundo, para a prática dos trabalhos mágico-religiosos e/ou o acesso aos Mistérios e à sabedoria.
Parece simbolizar, A Cruz: a união dos pólos complementares: Feminino & Masculino(Barra Horizontal & Barra Vertical unidos, cruzados), isto é, a Cruz está relacionada à Sacralidade do Ato Sexual e/ou à Magia-Sexual, e também associada à coluna vertebral e os Elementos da Natureza (Ar, Terra, Fogo, Água); e A Serpente: a confluência da fusão dos pólos complementares: Feminino & Masculino à condição análoga Deusa & Deus, a partir da iluminação espiritual fálica, no processo de transformação alquímica.
Ademais, essa simbologia demonstra, em grande parte, o foco prático da Bruxaria medieval.

Símbolos Astrológicos e Alquímicos


Sol: Um círculo com um ponto central. Representa o íntimo do homem, seu Eu Superior, é o espírito divino sendo encarnado. Pai.

Lua: Representa a alma, reflexo do espírito divino, representando a percepção, a imaginação e a sensibilidade. Mãe.

Mercúrio: Aqui temos reunidos os três símbolos básicos: a alma sobre o espírito dominando o corpo físico. A alma ainda domina o espírito e consequentemente a matéria, indicando a imperfeição do pensamento humano. Razão.

Vênus: O círculo superior, força do espírito, procura dominar a matéria e vencê-la. Filha.

Marte: A princípio a seta deveria ser indicada como uma cruz inclinada, expressando o domínio dos impulsos físicos e materiais sobre o espírito. Filho.

Júpiter: O meio-círculo (da alma) procura se elevar acima da matéria (cruz). Expansão da alma.

Saturno: A matéria (cruz) domina a alma (meio círculo). O corpo material é uma limitação aos anseios de elevação da alma. Limite, carma.

Urano: Dois semicírculos, uma cruz central sobre um círculo. São as duas almas; a divina e a humana se juntam com o corpo para conseguir a expansão espiritual. Alguns astrólogos lembram também que Herschel, o descobridor de Urano, tem em seu nome um H que lembra o símbolo de Urano: será coincidência?

Netuno: Semicírculo (virado para cima) sobre a cruz, indica que a alma está em atitude de recepção das forças espirituais para a sua evolução sobre a matéria.

Plutão: é o espírito dominando a alma e a matéria. O espírito (círculo) está acima, dominando a humanidade.

Símbolos da Alquimia





Fontes:
Sinais Símbolos - Origem, História e Significado (Livro)
Dicionario de Simbolos (Livro)
Sinais & Símbolos - Guia Ilustrado Das Origens e Dos Significados (Livro)

Desmistificando conceitos: Lúcifer, Satanás e Demônios



Muitas pessoas têm a Bíblia como paradigma para suas crenças. Contudo, esquecem de se aprofundar nos estudos dela. Uma interpretação literal da mesma, sem considerar sua linguagem, muitas vezes metafórica e simbólica, nem situar os livros que a constituem nos seus respectivos contextos históricos, ou deixar de considerar suas origens e a língua original em que foram escritos, pode dar margem às mais diversas interpretações, muitas vezes ilógicas e contraditórias, como, de fato, tem ocorrido. Isso sem falar das diversas traduções tendenciosas, feitas por tradutores de determinadas denominações religiosas, que distorceram os textos originais para adaptá-los às suas crenças pessoais.
Um exemplo claro de falta de aprofundamento no estudo da Bíblia e de descaso com o contexto histórico, vemos na adoção, como verdade, da lenda de Satanás e o seu séquito de anjos caídos. Analisemos agora esses conceitos, conforme nos explica Severino Celestino da Silva, no seu excelente livro "Analisando as traduções Bíblicas":

SATANÁS

Satanás é uma figura muito controvertida na Bíblia. A palavra "Satã" significa em hebraico "acusador", "opositor". Aparece, pela primeira vez no livro de Jó, sendo como um promotor celestial. A sua intimidade com Deus e o direito de entrar no "Céu", de ir e vir livremente e dialogar com Ele, torna-o uma figura de muito destaque. Veja o livro de Jó 1:6 "Um dia em que os filhos de Deus se apresentaram diante do Senhor, veio também Satanás entre eles".

O livro de Jó foi escrito depois do Exílio Babilônico. Sabemos que o povo judeu, tendo retornado a Israel com a permissão de Ciro, rei persa, no ano 538 a.C, assimilou muitos costumes dos persas. Isto ocorreu devido à simpatia e apoio que receberam do rei, que inclusive permitiu a construção do Segundo Templo judaico e ainda devolveu muitos de seus tesouros, que haviam sido roubados. A religião dos persas, o Zoroastrismo, influenciou sobremaneira o judaísmo. No Zoroastrismo, existe o Deus supremo Ahura-Mazda, que sofre a oposição de uma outra força poderosa, conhecida como Angra Mainyu, ou Ahriman, "o espírito mau". Desde o começo da existência, esses dois espíritos antagônicos têm-se combatido mutuamente.
O Zoroastrismo foi uma das mais antigas religiões a ensinar o triunfo final do bem sobre o mal. No fim, haverá punição para os maus, e recompensa para os bons. E foi do Zoroastrismo que os judeus aprenderam a crença em um Ahriman, um diabo pessoal, que, em hebraico, eles chamaram de SATAN - Por isso, o seu aparecimento na Bíblia só ocorre no livro de Jó e nos outros livros escritos após o exílio Babilônico, do ano 538 a.C. para cá. Nestes livros já aparece a influência do Zoroastrismo persa. Observe ainda que a tentação de Adão e Eva é feita pela serpente e não por Satanás, demonstrando assim que o escritor do Gênesis não conhecia Satanás. Os sábios judaicos, interpretando o Eclesisastes 10:11, afirmam (Pirkei de Rabi Eliezer 13) que, na verdade, a cobra que seduziu Adão e Eva era o Anjo Samael, que apareceu na terra sob a forma de serpente. Ele, que é conhecido como o "dono da língua", usou sua língua para seduzir Adão e Eva ao pecado. O poder do mal está em sua língua, e este poder pode ser usado somente para dominar o sábio. Ele não pode prevalecer sobre um ignorante.

Uma outra observação interessante é que o livro de Samuel foi escrito antes da influência persa no ano de 622 a.C. e, no II livro de Samuel em seu capítulo 24:1, você lê com relação ao recenseamento de Israel o seguinte: "A cólera de IAHVÉH se inflamou novamente contra Israel e excitou David contra eles, dizendo-lhe: Vai recensear Israel e Judá".

Agora veja esta mesma passagem no I livro das Crônicas, que foi escrito no começo do ano 300 a.C, portanto, já sob a influência do Zoroastrismo persa, com o já conhecimento de Ahriman/Satanás. No capítulo 21:1 desse livro está escrito: "E levantou-se Satã contra Israel, e excitou David a fazer o recenseamento de Israel". Portanto, o que era IAHVÉH no livro de Samuel aparece agora no livro das Crônicas como SATANÁS (Confira em sua Bíblia).
Assim, está evidenciado que Satanás não é um conceito original da Bíblia, e sim, introduzido nela, a partir do Zoroastrismo Persa.

Passa a existir a partir daí, "uma lenda" entre o povo judeu de que Satanás é considerado como o rei dos demônios, que se rebelara contra Deus sendo expulso do céu. Ao exilar-se do céu, levou consigo uma hoste de anjos caídos, e tornou-se seu líder. A rebelião começou quando ele, Satanás, o maior dos anjos, com o dobro de asas, recusou prestar homenagem a Adão. Afirmam ainda que esteve por trás do pecado de Adão e Eva, no Jardim do Éden, mantendo relação sexual com Eva, sendo portanto, pai de Caim. Ajudou Noé a embriagar-se com vinho e tentou persuadir Abraão a não obedecer a Deus no episódio do sacrifício do seu filho Isaac.

Muitas pessoas acreditam muito no poder de Satanás e até o enaltecem em suas igrejas, razão pela qual achamos que seriam fechadas muitas igrejas se os seus dirigentes deixassem de acreditar em Satanás.

Para seu maior esclarecimento, Kardec faz uma observação sobre Satanás: "com relação a Satanás, é evidentemente a personificação do mal sob uma forma alegórica, pois não se poderia admitir um ser mau a lutar, de potência a potência, com a Divindade e cuja única preocupação seria a de contrariar os seus designos. Precisando o homem de figuras e de imagens para impressionar a sua imaginação, ele pintou os seres incorpóreos sob uma forma material, com atributos lembrando suas qualidade e seus defeitos". E conclui: "Modernamente, os anjos ou Espíritos puros são representados por uma figura radiosa, com asas brancas, símbolo da pureza; Satanás com dois chifres, garras e os atributos da animalidade, emblema das paixões inferiores. O vulgo, que toma as coisas pela letra, viu nesses emblemas um indivíduo real, como outrora vira Saturno na alegoria do Tempo".

Precisamos compreender e acreditar na misericórdia divina e no amor de Deus por nós. Um Deus Onisciente, Onipresente, infinitamente justo e bom e sobretudo AMOR que jamais colocaria entre nós, suas criaturas, alguém com os atributos que o homem colocou em Satanás.

DEMÔNIOS

A palavra demônio não implica na idéia de Espírito mau senão na sua significação moderna, porque a palavra grega Daimon, da qual se origina, significa, "Deus", "poder divino", "gênio", "inteligência", e se emprega para designar os seres incorpóreos, bons ou maus, sem distinção.

Segundo a significação vulgar, a palavra "demônios" significa seres essencialmente malfazejos e seriam, como todas as coisas, criação de Deus. Ora, Deus que é soberanamente justo e bom não pode ter criado seres predispostos ao mal por sua natureza e condenados por toda a eternidade. Se não são obras de Deus, seriam, pois, como Ele, de toda a eternidade, ou então haveria várias potências soberanas.

Ainda segundo Kardec, a primeira condição de toda doutrina é de ser lógica. Ora, a dos demônios, em seu sentido absoluto, peca por essa base essencial.

Compreende-se que, na crença dos povos atrasados, que não conheciam os atributos de Deus, fossem admitidas as divindades malfazejas, como também os demônios, mas, é ilógico e contraditório, para aqueles que fazem da bondade de Deus um atributo por excelência, suporem que Ele possa ter criado seres devotados ao mal e destinados a praticá-lo perpetuamente. Isso seria negação da bondade divina. Os partidários da doutrina dos demônios se apóiam nas palavras do Cristo. Mas estarão bem certos do sentido que Ele dava à palavra demônio? Não sabemos que a forma alegórica era um dos caracteres distintivos da Sua linguagem? Tudo que o Evangelho contém deve ser tomado ao pé da letra? Não seremos nós quem contesta a autoridade dos Seus ensinamentos, pois desejamos vê-los mais no coração do que na boca dos homens. Não precisamos de outra prova além desta passagem:

Logo após esses dias de aflição, o Sol obscurecerá e a lua não derramará mais sua luz, as estrelas cairão do céu e as potências celestes serão abaladas (...) Digo-vos, em verdade, que esta geração não passará sem que todas estas coisas se tenham cumprido (Mateus 24:29 e 35)

Não temos visto a forma do texto bíblico ser contraditada pela Ciência no que se refere à Criação e ao movimento da Terra? Não pode ocorrer o mesmo com certas figuras empregadas pelo Cristo, que devia falar de acordo com os tempos e os lugares? O Cristo não poderia dizer, conscientemente, uma coisa falsa. Assim, pois, se em suas palavras há coisas que parecem chocar a razão, é porque não as compreendemos ou as interpretamos mal.

Os homens acreditaram ser os anjos entes perfeitos por toda eternidade e tomaram os Espíritos inferiores por seres perpetuamente maus. No entanto, pela palavra demônio, devemos entender como sendo os Espíritos impuros que, freqüentemente, não valem mais do que as entidades designadas por esse nome, e com a diferença de que seu estado é transitório. São, portanto, os Espíritos imperfeitos que murmuram contra as provas que devem suportar e que, por isso, suportam-nas por mais tempo: chegando, porém, por seu turno, a saírem desse estado, quando o quiserem. Poder-se-ia aceitar então a palavra "demônio" com esta restrição. Nesse sentido exclusivo, poderia induzir ao erro, fazendo crer na existência de seres criados para o mal.

LÚCIFER

Do latim lux + fero = que traz luz, que dá claridade, luminoso.
O Versículo 12 do capítulo 14 de Isaías deu origem à palavra Lúcifer quando da tradução da Vulgata. Alguns teólogos citam ainda Ezequiel 37:2-11 como referentes a ele. No entanto, nos textos da Bíblia hebraica e grega, esta palavra (Lúcifer) não aparece. Vejamos uma tradução apurada do original hebraico:

"Como caíste dos céus, estrela filha da manhã. Foste atirada na terra como vencedora das nações"

O texto grego, em Isaías 14:12, que originou as palavra no latim foi "ró eosfóros" (a luz matutina, astro brilhante) e "ró proi anatelon" (nascida da manhã). Veja agora o versículo no latim, onde São Jerônimo coloca a palavra Lúcifer: "quomodo cecidisti de caelo LUCIFER (astro brilhante, ou luz matutina) qui mane oriebaris corruisti in terram qui vulnerabas gentes". Que significa "Como caíste do céu, ó estrela d'alva, filha da aurora! Como foste atirada à terra, vencedora das nações".

Assim, fica constatado que o termo é latino, e lançado por São Jerônimo, quando da tradução da Vulgata, no século III da era Cristã. Alguns tentam ligar esta passagem ao Apocalipse 8,10 como sendo aí a queda de Lúcifer, mas a história de que seria o chefe dos anjos caídos, citados na II epístola de Pedro 2:4 e Judas 6, não tem fundamento comprovado no Antigo Testamento, como podemos observar.
O capítulo 14 de Isaías do versículo 3 ao 22 refere-se a queda e destruição do rei Nabucodonosor da Babilônia. Foram os padres e teólogos da igreja católica que lançaram o versículo 14:12 como sendo referente a queda do príncipe dos demônios Lúcifer. Uma vez mais nos deparamos com a questão das traduções, dos folclores e das crenças pessoais!

Fontes:
Analisando as Traduções Bíblicas - Refletindo a Essência da Mensagem Bíblica (Severino Celestino da Silva)
O Céu e o Inferno - A Justiça Divina Segundo o Espiritismo. (Allan Kardec)

sábado, 17 de agosto de 2013

Governo dos EUA admite a existência da Área 51

Hoje é um bom dia para acreditar em teorias da conspiração. Terminando um ciclo de décadas, com vazamento atrás de vazamento sem qualquer confirmação oficial, o governo dos EUA finalmente admitiu a existência da Área 51 – envolvida em inúmeras teorias conspiratórias sobre alienígenas e OVNIs.

Ela aparece em um relatório da CIA cujo sigilo foi removido, detalhando a história do avião de reconhecimento U-2, usado durante a Guerra Fria.

O Arquivo de Segurança Nacional da Universidade George Washington publicou o relatório, “A História Secreta do U-2“, e em suas páginas há inúmeras referências à Área 51. Ela era usada pelos EUA como uma área secreta de testes para o avião.

Descrevendo como eles resolveram se estabelecer nessa área em particular, agora notória, o relatório afirma:

Em 12 de abril de 1955, Richard Bissell e o coronel Osmund Ritland (o oficial sênior da Força Aérea na equipe de projeto) sobrevoaram o estado de Nevada com Kelly Johnson em um pequeno avião Beechcraft, guiado pelo piloto-chefe de testes da Lockheed, Tony LeVier. Eles avistaram o que parecia ser uma pista de pouso perto de um salar [planície de sal] conhecido como Lago Groom, perto do canto nordeste da Área de Testes de Nevada, da Comissão de Energia Atômica (AEC).


Após desembarcar no leito do lago, o grupo concluiu que eles encontraram o lugar perfeito para hospedar seus testes secretos – e as teorias conspiratórias logo se formaram. Mas o nome Área 51 (que veio de sua designação no mapa) não é muito inspirado. Então, depois de obter a aprovação do presidente Dwight Eisenhower, eles resolveram usar um nome diferente. De acordo com o relatório:

Os contornos da Área 51 são mostrados em mapas não-secretos atuais como uma pequena área retangular, ao lado do canto nordeste da (muito maior) Área de Testes de Nevada. Para fazer a base no meio do nada parecer mais atraente para os seus funcionários, Kelly Johnson a chamou de Paradise Ranch [Rancho do Paraíso], que foi logo encurtado para Ranch.


A Área 51 não tinha sido oficialmente reconhecida até agora; no entanto, muitos já estavam plenamente conscientes de que ela era, de fato, algo bem real. Ainda assim, agora que o governo americano admite a existência da base, há uma enorme quantidade de documentos que logo deixarão de ser secretos – pois só tinham esse status por sua estreita conexão com a Área 51.

Mesmo com esta nova revelação, porém, ainda há partes do relatório que foram censuradas. Então não percam a esperança, conspiracionistas: só porque nós não vimos qualquer menção de alienígenas ou OVNIs, ainda não quer dizer que isto não esteja escondido nessas palavras que o governo não ousou revelar.

Fonte: Gizmodo

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Pesquisa ajuda a entender o que acontece conosco logo após a morte

As pessoas que tiveram uma experiência de quase morte descrevem como é a sensação: parece que a alma está deixando o corpo, que toda sua vida passa diante dos seus olhos, e que você vê a luz no fim de um túnel.
Agora uma nova pesquisa, que mede a atividade elétrica no cérebro de ratos antes e após uma parada cardíaca, ajuda a entender o que acontece logo após a morte.


Uma equipe de pesquisadores da Universidade de Michigan (EUA) realizou seu estudo da vida após a morte em nove ratos com eletrodos ligados à superfície de seus cérebros. Eles receberam uma injeção de cloreto de potássio, o que parou seus corações, tornando-os clinicamente mortos.

Mas seus cérebros não morreram. Até 30 segundos depois de o sangue deixar de fluir, os cérebros dos ratos mostraram sinais de atividade. E não era apenas um pontinho aqui e ali: “Ficamos surpresos com os altos níveis de atividade”, diz o anestesista George Mashour, um dos autores do estudo. Ele continua: "Na verdade, na quase-morte, muitos sinais elétricos característicos da consciência excederam os níveis encontrados no estado de vigília, sugerindo que o cérebro é capaz de realizar atividade elétrica bem organizada durante a fase inicial da morte clínica".

Ou seja, o cérebro dos ratos ficou ainda mais ativo quando eles estavam mortos do que quando estavam vivos. De acordo com Jimo Borjigin, também autor do estudo, isso se deve à “redução do oxigênio, ou oxigênio e glicose, durante a parada cardíaca”.

Esta é uma evidência científica que pode explicar a sensação de reviver toda sua vida em questão de segundos: sua atividade cerebral aumentaria tanto que inúmeras lembranças viriam à tona.

A equipe de cientistas diz que o estudo nos ratos vai formar uma base para futuras pesquisas sobre o que acontece no cérebro humano. Para Borjigin, isso “inclui ver o túnel de luz durante a parada cardíaca”.



Há uma abundância de teorias científicas sobre o que acontece após a morte clínica, e muitas delas atribuem a experiência pós-morte a um aumento na atividade cerebral. No entanto, Borjigin diz que esta é “a primeira estrutura científica para as experiências de quase-morte relatadas por muitos sobreviventes de parada cardíaca”.

Até agora, não houve observações comparáveis durante a morte de pacientes humanos, mas só porque não colocamos sensores diretamente no cérebro deles. De um jeito ou de outro, sabemos agora que a experiência da morte tem uma base bastante científica, mas que precisa ser explorada.

Fonte: Discovery.com