terça-feira, 11 de março de 2014

Avião com 239 pessoas desaparece no Mar do Sul da China

Parentes e amigos que aguardavam os passageiros em Pequim foram levados para um hotel.
Uma busca conjunta está sendo realizada por diversos países nas águas entre a Malásia e o Vietnã, no Mar do Sul da China, após um avião da Malaysia Airlines que voava para Pequim desaparecer com 239 pessoas a bordo. CliqueNa hipótese provável de se confirmar a morte dos passageiros, este será o pior desastre aéreo dos últimos dez anos.

Nenhum destroço foi encontrado ainda, mas o governo vietnamita disse que detectou duas manchas de óleo de 15 quilômetros no mar. Embora elas sejam similares ao que seria combustível de um avião, não há confirmação de que estão relacionadas com a aeronave desaparecida.
A companhia aérea informou em um comunicado que o voo MH370 desapareceu às 02:40 de sábado (15:40 de sexta-feira, em Brasília) depois de sair de Kuala Lumpur.
Esperava-se que ele pousasse em Pequim às 06:30 (19:30 em Brasília).
O ministro dos Transportes da Malásia disse que não havia nenhuma informação sobre destroços e condenou especulações.
"Estamos fazendo tudo em nosso poder para localizar o avião", Hishammuddin Hussein disse a jornalistas em Kuala Lumpur.
"Nossa esperança é que as pessoas entendem que estamos sendo o mais transparente possível, estamos dando informações o mais rápido que podemos, mas queremos ter certeza de que as informações foram verificadas", acrescentou.
O presidente-executivo da Malaysia Airlines, Ahmad Jauhari Yahya, afirmou que o foco era ajudar as famílias dos desaparecidos. Ele disse que 80 % das famílias foram contatadas.

O avião saiu do radar ao sul do Vietnã, de acordo com um comunicado no site do governo vietnamita.

Esforço conjunto

A aeronave Boeing B777 -200 transportava 227 passageiros, incluindo duas crianças, e 12 membros da tripulação. Os passageiros eram de 14 nacionalidades diferentes, disse Yahya. Entre eles estavam 152 cidadãos chineses, 38 malaios , 12 pessoas da Indonésia e seis da Austrália.
Os países da região deixaram as disputas territoriais em torno do Mar do Sul da China de lado e estão promovendo um esforço conjunto para localizar os desaparecidos.
Malásia, Vietnã, Filipinas, Singapura e China enviaram aviões e navios em busca do Boeing 777. Segundo o governo da Malásia, os Estados Unidos vão mandar aviões.
"Em tempos de emergências como esta, temos que mostrar unidade de esforços que transcende as fronteiras e as questões", disse Roy Deveraturda, que chefia o Comando Ocidental do exército filipino.
O piloto era Capt Zaharie Ahmad Shah, de 53 anos, que está na Malaysia Airlines desde 1981, disse Yahya.
Amigos e parentes que esperavam passageiros do vôo em Pequim foram instruídos a ir para um hotel nas proximidades, onde funcionários foram destacados para dar apoio.
A Associated Press relatou que uma mulher chorando disse no celular: "Eles querem que a gente vá para o hotel. Isso não pode ser bom.".
O avião estava voando a uma altitude de 10.700 metros e os pilotos não relataram problemas com a aeronave, disse à CNN Fuad Sharuji, vice-presidente de operações de controle da Malaysian Airlines.
A companhia aérea é uma das maiores da Ásia, transportando cerca de 37.000 passageiros por dia, para cerca de 80 destinos no mundo.
A rota Kuala Lumpur-Pequim tornou-se mais e mais popular com o aumento do comércio entre Malásia e China.
Em 20 anos de história, nunca havia sido registrado um acidente fatal com o modelo 777 da Boeing até que um acidente durante a aterrisagem de um avião da Asiana em São Francisco (EUA) em julho do ano passado matou três adolescentes da China.
Pelo Twitter, a Boeing disse: "Estamos monitorando de perto os relatórios sobre o voo MH370. Nossos pensamentos estão com todos a bordo".

O que se sabe sobre o 'mistério' do avião desaparecido da Malaysia Airlines.

Familiares dos passageiros desaparecidos foram orientados a se preparar para o pior.
O chefe da aviação civil da Malásia afirmou nesta segunda-feira que a localização do avião da companhia aérea Malaysia Airlines que desapareceu no Mar do Sul da China no último sábado permanece um "mistério".
Segundo Azharuddin Abdul Rahman, as autoridades não descartaram que o sumiço esteja ligado a um eventual sequestro da aeronave.
Ele acrescentou que não houve confirmação de que destroços do avião foram vistos no sul da China.
O voo MH370, da Malaysia Airlines, com destino a Pequim, na China, sumiu dos radares no último sábado, com 239 pessoas a bordo, entre passageiros e tripulantes.
Familiares dos passageiros desaparecidos foram orientados a se preparar para o pior.
Rahman afirmou a jornalistas em Kuala Lumpur, na Malásia que "infelizmente, não achamos nada que aparente ser objeto da aeronave ou mesmo o próprio avião desaparecido".
Ele acrescentou que as autoridades do país vêm intensificando os esforços para localizar a aeronave, e a busca vai demorar "o tempo que for necessário".
"Nós estamos a toda hora, a todo segundo revistando cada pedaço do mar".
Mais cedo, helicópteros foram enviados ao sul do Vietnã onde um objeto amarelo semelhante a um bote salva-vidas teria sido avistado. Segundo autoridades do Vietnã, no entanto, o objeto era, na verdade, a tampa de um carretel coberta de limo. Ainda não se sabe se ele pertenceria ao avião.
Nove diferentes países, com 40 navios e 34 jatos, participam das operações de buscas nos mares do Vietnã e da Malásia.
A BBC preparou uma lista de perguntas e respostas sobre o que já se sabe sobre o episódio.

Quem estava a bordo?

Havia 227 passageiros a bordo, incluindo 153 chineses e 38 malaios. Dois deles eram crianças. Todos os 12 tripulantes eram malaios.
Entre os cidadãos de origem chinesa, havia uma delegação de 19 artistas que tinha se apresentado em Kuala Lumpur.
Também já é sabido que dois passageiros do sexo masculino estavam viajando com passaportes roubados de um austríaco e um italiano.
Os documentos foram furtados na Tailândia, em 2012 e 2013, respectivamente, afirmou a Interpol, a polícia internacional, em um comunicado. Os dois passageiros embarcariam para a Europa após uma conexão em Pequim.

Quando o último contato foi feito?

O voo MH370 partiu do aeroporto internacional de Kuala Lumpur às 00h41 hora local no último sábado (15h41 horário de Brasília) e deveria pousar em Pequim às 6h30. Os controladores de tráfego aéreo perderam o contato com o avião à 1h30.
Em um horário ainda não revelado, um parente teria conseguido telefonar a um dos passageiros, que carregava um celular de Cingapura. A Malaysia Airlines tentou por diversas vezes ligar para o mesmo número mas a chamada não foi completada.

Em que lugar o avião desapareceu?

A aeronave desapareceu sob o Mar do Sul da China, ao sul da península Ca Mau do Vietnã. Pelo itinerário normal, o avião deveria seguir ao Camboja e ao Vietnã antes de entrar no espaço aéreo chinês.
Nenhuma chamada de emergência ou mensagem foi enviada à torre de controle, mas se acredita que o avião teria saído de sua rota, talvez com destino ao Aeroporto Internacional de Kuala Lumpur.

Já foi achado algum vestígio do avião?

Equipes vêm realizando buscas nas águas ao leste da Malásia, no Mar do Sul da China, nos estreitos de Malacca, assim como a costa oeste da Malásia.
Não houve confirmação de que algum destroço tenha sido confirmado embora um avião do Vietnã teria avistado dois objetos que se assemelhavam ao que seriam restos da aeronave a 80 quilômetros ao sudoeste da ilha de Tho Chu.

Quais são as principais linhas de investigação?

Tragédias aéreas normalmente envolvem fenômenos climáticos, erros humanos ou problemas técnicos.
As condições meteorológicas, no entanto, eram boas e o piloto, de 53 anos, tinha mais de 18 mil horas de experiência de voo. Ele integrava os quadros da companhia desde 1981.
A Malaysia Airlines tem um bom histórico de segurança e o jato, um Boeing 777-200ER, é considerado um dos mais seguros por causa de sua moderna tecnologia.
Uma das pontas das asas da aeronave quebrou ao taxiar, em 2012, mas foi reparada e certificada como segura.
David Learmount, editor de segurança e de operações do site Flight Global, especializado no setor aéreo, afirmou à BBC News que “as aeronaves de hoje são incrivelmente confiáveis, o que reduz muito o risco de que uma falha estrutural imediata aconteça durante o voo. Simplesmente isso não acontece. Não acontece”.

O desaparecimento poderia estar ligado a um ataque terrorista?

A companhia aérea ainda não descartou nenhuma linha de investigação enquanto autoridades dos Estados Unidos, que estão enviando investigadores do FBI para o local, afirmam que não há evidência de um ataque deste tipo.
A presença de dois passageiros com passaportes roubados é claramente uma brecha na segurança, mas pode estar relacionada à imigração ilegal.
Quando um avião da Air India com destino a Dubai caiu na cidade de Mangalore, no sul da Índia, em 2010, matando as 158 pessoas a bordo, dez passaportes roubados foram descobertos.

Um avião moderno pode simplesmente desaparecer no ar sem deixar vestígio?

Sim. Foi o que aconteceu com o avião da Air France que caiu no Oceano Atlântico em junho de 2009 que partiu do Rio de Janeiro com destino a Paris, na França. Todas as 228 pessoas a bordo morreram no acidente.
Os destroços foram descobertos no dia seguinte, mas demorou praticamente dois anos para localizar as caixas pretas e os restos da fuselagem, no fundo do oceano. As águas no Vietnã e nos estreitos de Malacca são muito mais rasas.
Os registros de voz e dados do voo, ou "caixas pretas" como são normalmente conhecidos, emitem sinais ultrassônicos que podem ser detectados debaixo d’água. Sob boas condições, os sinais podem ser detectados a quilômetros de distância.
Mas sem saber exatamente a trajetória que o avião percorreu, as autoridades podem ter de ampliar a área de abrangência das buscas por pequenos destroços, segundo uma reportagem publicada pelo jornal americano Wall Street Journal.
Fonte: BBC Brasil
Comentário: Alguém já considerou a hipótese de um "OVNI"?
"Tempos estranhos são esses em que vivemos, quando velhos e jovens são ensinados na escola da falsidade. E o único homem que se atreve a dizer a verdade é chamado de uma só vez um louco e insensato." - Platão

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