No longínquo verão de 1898, um colono de origem norueguesa, Olof Ohman, ao extrair uma árvore no seu terreno, encontra emaranhada na sua raiz, a laje da figura acima. De forma retangular, com as seguintes dimensões: 79 x 41 x 15 cm. Como podemos apreciar, na laje havia inscrições em caracteres rústicos, fazendo crer que fossem rúnicas, encerrando alguma mensagem especial para que os eventuais descobridores pudessem tomar conhecimento de fatos transcendentais. A primeira versão das intrigantes inscrições foi destinada a um personagem de nome Paul Knutson, um cavaleiro norueguês, que supostamente teria chefiado uma expedição fracassada de soldados-missionários até às cabeceiras do Rio Vermelho, no Minnesota, Estados Unidos. Quase que por unanimidade, os chamados formadores de opinião, logo após o descobrimento, foram categóricos em rotular tal hipótese como fraudulenta. Com o passar do tempo, estudos mais profundos, avalizados até pelo respeitabilíssimo Smithsonian Instituion, com a anuência de eruditos do porte do dr. Matthew W. Stirling, chefe do Bureau de Etnologia Americana, uma instituição oficial, atesta que a pedra de Kensington era “talvez o objeto arqueológico de maior importância até aquela data descoberto na América do Norte”. Atualmente, no mundo científico especializado, tudo leva ao entendimento de que Colombo foi precedido, no Novo Mundo, por outros homens de raça branca, com grande probabilidade de terem sido centenas deles.
Com base em lendas muito antigas, provavelmente semeadas com alguns fatos reais, muito antes das concentrações escandinavas da Groenlândia, em fins do século X, chegaram os gauleses, irlandeses e os bretões. Todavia, embora fossem homens de grande valor, pelos trabalhos árduos que executavam, como por exemplo: agricultura, pesca, etc., eram totalmente iletrados, resultante duma época de pouco valor para as letras. Partindo desse pressuposto, os fatos parecem refletir, no entender dos estudiosos, que realmente Paul Knutson foi o primeiro homem branco possuidor de conhecimentos mais intelectuais a pisar no continente norte-americano, juntamente com os seus comandados de expedição.
Contribuindo significativamente para consolidar de vez a espetacular descoberta, havia o fato do colono Olof Ohman ser um cidadão integro, acima de qualquer suspeita em conceber e perpetuar alguma fraude de tamanha envergadura; por sugestões de amigos e vizinhos, Ohman entregou a pedra a um respeitado antiquario da localidade. Este, por sua vez, a remeteu para a Universidade de Minnesota, aonde, como fiel depositário, ficou sendo o eminente professor O.J.Breda, já naquela oportunidade, respeitado como sendo um dos maiores conhecedores em assuntos escandinavos.
Para surpresa geral, com relativa facilidade, o professor Breda decifrou grande parte dos dizeres inscritos na pedra, na sua maioria caracteres runas noruegueses, ou seja, faziam parte do primitivo alfabeto utilizados pelos povos germânicos; outros símbolos, porém, aparentemente nada significaram para o eminente professor. Posteriormente, esses símbolos foram reconhecidos como sendo de números.
A tradução que o professor Breda conseguiu foi:
“(Nós somos) 8 godos [suecos] e 22 noruegueses em (uma) viagem de exploração de Vinland através do Oeste. Tínhamos acampado junto de (um lago com) doisskerries [ilhas rochosas] a um dia de jornada para o norte a partir desta pedra. Andamos (por fora) e pescamos um dia. Depois de voltarmos ao acampamento encontramos 10 (dos nossos), AV(e) M (aria) salvai (nos) do mal. Dez do (nosso grupo) (estão) perto do mar olhando por nossos navios [ou navio] a 14 dias de viagem desta ilha. Ano 1362.”
A conclusão do eminente pesquisador foi: EMBUSTE COM TOTAL EVIDENCIA
A conclusão do eminente pesquisador foi: EMBUSTE COM TOTAL EVIDENCIA
Resumidamente, os argumentos foram: A própria linguagem traía sua origem suspeita: mistura de norueguês, sueco, e do que parecia ser inglês antigo. Nos tempos em que se usavam os caracteres rúnicos, os suecos e os noruegueses eram inimigos intransigentes, o que fazia crer ser um empreendimento inverossímil, uma expedição conjunta. As três letras AVM eram latinas, e não rúnicas, com a agravante do alfabeto romano ter sido introduzido na Escandinávia no começo da chamada Idade Média.
Embora que a data de inscrição de 1362, tivesse sido negligenciada no parecer do professor, os caracteres que a representavam não pareciam ser da escrita rúnica primitiva, presumindo, até por lógica natural, que qualquer nórdico que tivesse chegado ao Minnesota central, já por si só um grande feito, devia ter partido das colônias da Groenlândia, cuja fundação deve-se a Eric o Ruivo, em data incerta do século XII. Enfim, como dizem “O seguro morreu de velho”, para um parecer mais amplo, a pedra foi enviada para a Universidade Northwestern, para um exame mais detalhado, por peritos em escrita rúnica.
Unânimes, os examinadores reiteraram amplamente o parecer anterior do professor Breda. Posteriormente, a pedra foi devolvida a Ohman que a enterrou com a inscrição voltada para baixo, em um terreno lamacento da sua propriedade, possibilitando assim, que a inscrição se conservasse. Felizmente, existem pessoas que não acreditam, como dizemos: “Em bola perdida”; são questionadores, estudiosos, insistentes, por muitos classificados como chatos. Provavelmente, não fosse o determinismo e o interesse de um eminente historiador noruego-americano, Hjalmar R. Holand, a pedra ainda estaria lá, no lamaçal; Ohman, desprovido de qualquer interesse, a não ser que atestassem de alguma maneira a autenticidade da pedra, presenteou a mesma. Durante mais de trinta anos Holand reservou uma parcela considerável das suas, digamos, horas vagas, ao estudo minucioso da laje.
Apresentou-a para consulta a 23 universidades europeias. Os laudos, em seqüência progressiva, foram fortalecendo os indícios de que haveria uma perspectiva da real autenticidade da relíquia. Em primeiro plano, descobriu-se o significado dos símbolos numéricos, e a determinação da data; os sinais rúnicos eram de origem mais antiga, e de uso corrente na Noruega. O alfabeto latino fora introduzido no século XIV; e as suas letras, freqüentemente, se mesclavam com os antigos símbolos germânicos. Essa constatação, com maior ênfase, explicava a aparente incongruência das letras latinas AVM, representativas de AV (e) M(aria). Por ser um símbolo de fácil compreensão, favorecia também a inserção do mesmo na pedra, pois, em contrapartida, para gravar a mesma mensagem em caracteres rúnicos, teria sido preciso um espaço consideravelmente maior.
Fonte: Medo Sensitivo.
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