terça-feira, 6 de novembro de 2012

Desiderata



No meio do barulho e da agitação caminhe tranqüilo,
pensando na paz que você pode encontrar no silêncio.

Procure viver em harmonia com as pessoas que estão ao seu redor,
sem abrir mão da sua própria dignidade.

Fale a sua verdade clara e mansamente, escute a verdade dos outros,
pois eles também têm a sua própria história.

Evite as pessoas agitadas e agressivas, elas afligem o nosso espírito.
Não se compare aos demais olhando as pessoas como superiores ou inferiores a você,
isso o tornaria superficial e amargo.

Viva intensamente os seus ideais e o que você já conseguiu realizar.
Conserve o interesse pelo seu trabalho por mais humilde que seja,
ele é um verdadeiro tesouro na contínua mudança dos tempos.

Seja prudente em tudo que fizer, porque o mundo está cheio de armadilhas,
mas não fique cego para o bem que sempre existe.

Há muita gente lutando por nobres causas e em toda parte a vida está cheia heroísmo.
Seja você mesmo e, sobretudo, não simule a feição e não transforme o amor numa brincadeira,
pois no meio de tanta aridez ele é perene como a relva.

Aceite com carinho o conselho dos mais velhos e
seja compreensivo com os impulsos inovadores da juventude.

Cultive a força do espírito, você estará preparado para a sorte adversa.
Não se desesperem com perigos imaginários,
muitos temores tem sua origem no cansaço e na solidão.

Ao lado de uma sadia disciplina conserve para consigo mesmo uma imensa bondade...

Você é Filho do Universo, irmão das estrelas e árvores,
você merece estar aqui e mesmo se você não pode perceber,
a Terra e o Universo vão cumprindo o seu destino...

Procure, pois, estar em paz com Deus, seja qual for o nome que lhe der.
No meio de seus trabalhos e aspirações, na fatigante jornada pela vida,
conserve o mais profundo do ser, a harmonia e a paz.

Acima de toda mesquinhez, falsidade e desengano o mundo ainda é bonito.
Caminhe com cuidado, faça tudo para ser feliz e partilhe com os outros a sua felicidade.

(texto encontrado em Baltimore, EUA, na antiga Igreja de Saint-Paul, em 1962)


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