segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

Conheça o primeiro edifício do mundo construído por uma impressora 3D

A empresa chinesa WinSun é a pioneira na construção do primeiro prédio do mundo com peças elaboradas em uma impressora 3D. As estruturas foram produzidas por um equipamento em larga escala para a montagem final do prédio de cinco andares com apartamentos.
Empresa chinesa constrói primeiro edifício do mundo com uma impressora 3D (Foto: Reprodução/Cnet)
A companhia WinSun já é reconhecida no mercado na construção de casas com peças impressas em 3D, mas colocar de pé um edifício é um desafio ainda maior. A estrutura precisa de uma grande impressora matriz, fabricada pela Ma Yihe, que tem dimensões de 6,6 metros de altura, 10 metros de largura e 40 metros de comprimento. Essa máquina de grande porte imprime as peças em 3D para a montagem do edifício.
O prédio de cinco andares pode ser visto no Parque Industrial de Suzhou, na China. Na elaboração no projeto, a empresa pensou em todos os detalhes, com elementos decorativos na parte externa e interna.
Edifício com cinco andares tem detalhes internos e externos (Foto: Divulgação/WinSun)
Um dos fatores interessantes é que a WinSun utiliza também materiais reciclados para preparar a “massa” utilizada na impressão dos grandes blocos em 3D. Dentre eles estão uma mistura de solo e resíduos de construções industriais, como o vidro, que são adicionados em uma base de cimento com secagem rápida. Para finalizar, é incrementada uma substância que funciona como endurecedor especial, para que as peças possam ser manipuladas e montadas com maior velocidade.
Por dentro do edifício: janelas foram embutidas nos apartamentos (Foto: Reprodução/Cnet)
Para seguir as leis e normas de construções, as peças e estruturas são montadas no local, com isolamento e reforço de aço para manter a prédio firme, capaz de receber os visitantes curiosos para saber como o edifício ficou por dentro. Para o projeto parecer ainda mais convencional foram adicionadas janelas decorativas nas aberturas, seguindo um design externo.
Ligas e reforços em aço prometem uma estrutura segura no edifício impresso em 3D (Foto: Divulgação/WinSun)
As paredes impressas em 3D são ocas e a massa é aplicada em formato de zigue-zague, deixando espaço para o isolamento interno. Tudo isso pode baratear as construções civis, já que além de utilizar material reciclado, deixando a matéria-prima mais acessível, a montagem pode ser até 70% mais rápida.

Fonte: Cnet

domingo, 7 de fevereiro de 2016

A volta da Antena 1, a melhor rádio FM do Rio

Antena 1 voltou ao ar no dial FM do RJ honrando sua história

Você já viu o desespero que é o dial carioca para quem gosta de boa música escutar rádio? Ou melhor, para quem não quer escutar pagode, funk ou bate estaca? Tem a JB e a Paradiso, mas ainda assim falta nelas alguma coisa.

Pois então, 2016 começou bem para a gente, a Antena 1 voltou para o dial carioca, ocupando a sua antiga faixa,a 103,7 FM, que estava alugada por eles para a Nativa FM desde 2009. Ela volta, na mesma sede da Urca e com o mesmo nome, incorporando o nome Lite FM e mirando no público adulto-contemporâneo, foco que também é da rede nacional sediada em São Paulo. O atual projeto, entretanto, não tem relação direta com o trabalho realizado a partir de São Paulo.

A Antena 1 volta também mantendo a política de sempre foi ter muitos minutos de musica em sequência, sem estragar a programação com excesso de comerciais.

Na rádio a Antena 1 mantém a mesma qualidade que tinha 6 anos atrás, tocando muito Flashback e MPB, mas sem Jorge Vercilo e afins que acabam estragando uma boa playlist.
Depois de anos aguentando o tormento brega da Nativa FM - que nem comprando sintonias em estabelecimentos comerciais conseguiu bom desempenho no Ibope - , a Antena 1 Lite FM voltou ao ar, para a alegria de seus fãs que durante muito tempo ficaram órfãos de sua programação, apesar dela ter sido disponível na Internet e haver a sua similar paulista.

A orientação da emissora carioca é diferente da paulista - que só toca sucessos estrangeiros - e investe também em MPB. A Antena 1 paulistana sempre continuou no ar. Uma curiosidade também foi que eu pude vivenciar a breve existência da Antena 1 no dial de Salvador, furando o cerco do rádio FM local, brutalmente coronelista, bem sucedido mas abortado por causa dos interesses politiqueiros locais.

A Antena 1 mostra que não basta uma rádio retomar um antigo nome, comercialmente consagrado, pois de que adianta voltar o velho nome se sua história continua esquecida e renegada.

É claro que a Antena 1 surgiu pop como a Rádio Cidade de 1977, com locutores mais animados (tinha até o Paulo Cintura, depois famoso pelo bordão "Saúde é o que interessa, o resto não tem pressa" na Escolinha do Professor Raimundo), repertório mais juvenil e tudo o mais. A emissora ainda fez história com o personagem Piu-Piu de Marapendi, hilária criação do locutor Romilson Luiz, até hoje na ativa (não confundir com "Nativa").
Mas as mudanças adotadas pela Antena 1 não eram um desvio de rota, mas apenas uma adaptação de repertório para o público adulto, reaproveitando o repertório antigo que passou a ser tocado como flash back. A Antena 1 mudou, mas não saiu da linha.

Já a Rádio Cidade, lamentavelmente, saiu da linha, renegou sua história e hoje tenta convencer como "rádio de rock de verdade" sem ter uma equipe especializada (seus radialistas vieram da Jovem Pan FM e da Beat 98 e não têm vivência no rock) e com um repertório sofrível que só empolga uns playboys mal-humorados que não sabem a diferença entre um solo de guitarra e um barulho de usina hidrelétrica e tentam se passar por "roqueiros radicais" para impressionar os amigos.

Era preferível que a Rádio Cidade tivesse morrido de vez, se era para voltar um embuste morto-vivo dos anos 90, o qual não consegue tocar mais do que uns ralos e repetidos sucessinhos das bandas de rock e ainda tem o descaramento de empurrar programas idiotas e nada roqueiros como Hora dos Perdidos e Rock Bola.

A Antena 1, nos 103,7 mhz, ficará coladinha com a Rádio Cidade, que está nos 102,9 mhz, para avisar à vizinha que não basta retomar um nome antigo, uma marca consagrada, se a emissora em questão renegou sua história original. Afinal, a Rádio Cidade tocava pop e disco music quando o rock rolava solto no exterior, nos anos 70.

A Antena 1 carioca dá um banho de lição na Rádio Cidade, por honrar as raízes de sua programação. É certo que havia uma diferença, no princípio, porque a Antena 1 surgiu tão pop quanto a Rádio Cidade de 1977 e, se a locução ficou mais formal e o repertório mais calcado nas músicas antigas, mas, mesmo assim, a essência da proposta original não foi afetada, mas apenas adaptada.

Isso traz uma diferença enorme na Antena 1 (ou Antena Um, para diversificar a busca na Internet) em relação à Rádio Cidade, que nos seus 102,9 mhz voltou apenas como um nome, mas sem assumir novamente a proposta original, perdendo uma excelente chance de tocar Adele, Pharrell Williams, Nico & Vinz ou mostrar o lado musical da atriz Hailee Steinfeld.

A Rádio Cidade hoje é uma morta-viva, uma rádio que renega sua história e virou reduto de jovens reacionários que, há pouco tempo, ouviam Zezé di Camargo & Luciano e Exaltasamba em alto volume nos bares do Baixo Gávea e hoje se julgam "roqueirões" sem saber a diferença entre um solo de guitarra e um som de furadeira elétrica.

Nem rádio de rock autêntica a Rádio Cidade é, apesar de todo o oba-oba publicitário. Não existe rádio de rock autêntica no dial FM do RJ. Além disso, a equipe da Cidade é composta de gente da antiga Jovem Pan carioca, coordenada por um tal de Van Damme, ex-Beat 98, cuja experiência mais próxima do rock (e olhe lá!) foi através da divulgação do "sertanejo universitário". Um horror!

O despretensiosismo nem sempre caminha junto com a aparente rebeldia. A Antena 1, sendo rádio de pop adulto, tem maior liberdade de escolha de repertório, daí que pode tocar não apenas os sucessos costumeiros que as rádios de pop adulto tocam, mas podem ir mais fundo tocando nomes como Gerry Rafferty, Laura Nyro, Herman's Hermits e Hollies.

Já a Rádio Cidade, coitada, só toca duas músicas do Pink Floyd - as únicas que a emissora tocava quando era assumidamente pop, nos seus primórdios - , e fica se achando exibindo foto do AC/DC em suas propagandas de outdoor e transdoor, quando da banda australiana se limita a tocar tão somente "Back In Black", quase nada diante de tantos clássicos da admirável banda.

Por isso, bem vinda ao dial novamente, Antena 1. Que a rádio dos 103,7 continue honrando suas raízes, sua trajetória sóbria e criativa, dando um banho na neurótica vizinha que não sabe mais o que quer em sua vida.

Enquanto a Cidade não terá condições para explicar os 40 anos de existência com sua história original renegada, a Antena 1 seguirá tocando os grandes clássicos da canção. Nem sempre todo mundo convence bancando o rebelde, não é mesmo? O que convence é o talento, a vocação e o respeito à sua trajetória. E isso é o diferencial da Antena 1.

No dia 16 de dezembro de 2015, a Nativa FM sai do ar e a Antena 1 Lite FM retorna ao dial, com o seu instrumental que foi utilizado no encerramento e até mesmo a música, "Stars on 45 - Beatles Medley"

Ficamos felizes com a volta da Antena 1, porque sabemos que sua volta não é a volta de um nome ou de uma logomarca, mas a volta de uma programação e a continuidade de uma história.